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Café com Versos nº 1
Administrador
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25/1/2006 13:24
Mensagens: 150
Caros e caras Luso-Poetas

Este espaço reserva-se para qualquer comentário/opinião/sugestão ao podcast "Café com Versos" nº 1.

Lembramos o link do formulário
https://tinyurl.com/cafecomversos

O nosso obrigado por existirem e um ótimo ano de 2024 para todos.

Criado em: 31/12 13:44
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Re: COMO FAZER?
Administrador
Membro desde:
25/1/2006 13:24
Mensagens: 150
Caro Usuário,

Até neste momento, não recebemos nenhuma PM vindo de sua página.

Estamos sempre a disposição para ajudar todos os usuário do site.

Atenciosamente,

Administração.

Criado em: 6/9/2012 16:16
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Regras do Fórum
Administrador
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25/1/2006 13:24
Mensagens: 150
Caro usuário,

Bem-vindo ao Fórum Luso-Poemas. A principal função do Fórum é prover um ambiente agradável para que todos possam interagir.

Visando um melhor aproveitamento deste Fórum, criamos as regras abaixo. Elas se aplicam a todos os usuários, e é seu dever conhecê-las e obedecê-las.

Ressaltamos ainda que a infração dessas regras estará passível de advertência ou punição de acordo com a Tabela de Medidas ao fim deste documento.

É importante que você confira nossas regras com freqüência,
pois podemos alterá-las sem aviso prévio sempre que necessário.

Em caso de dúvida, consulte um administrador ou moderador
ou publique-a no Fórum de Dúvidas.




_____________________________________________


Ações Proibidas



I. Postagens que divulguem informações pessoais
de outro usuário, sem prévia autorização.
Estão inclusos (mas não limitadas a) na classificação
de "informações pessoais" os seguintes dados:

1) Fotos e imagens;
2) Links para páginas pessoais;
3) Conversas por meio do Chat;
4) Mensagens Privadas (PMs);


II. Criar tópicos ou responder tópicos com
o intuito de difamar, caluniar ou insultar outros usuários;

III. Criar tópico de denúncia;

Obs:

Qualquer queixa ou reclamação deverá ser apresentada
nos espaços ou contatos disponibilizados para o efeito:

1) PMs - Mensagens Privadas - para os elementos da administração, elementos designados pela mesma ou para o perfil Luso-Poemas;

2) Contatos individuais de e-mail disponibilizados
pela administração;

3) Formulário de Contato, através do link:
Formulário de Contato.



_____________________________________________


Observações


1) Tópicos abertos em áreas de assunto diferente
do exposto poderão ser movidos sem aviso prévio.

2) Os tópicos que violarem as regras
poderão ser bloqueados e arquivados sem aviso prévio.

3) Mensagens ou respostas que violarem as regras
poderão ser apagadas sem aviso prévio.

4) Tópicos com mais de um mês de inatividade
poderão ser arquivados sem aviso prévio;

5) O usuário advertido ou suspenso, não cometendo
infrações no período de trinta dias, terá sua primariedade restaurada.

6) A Área de Colunistas tem regras próprias:

Área de Colunistas - Regras

Estas regras podem se sujeitar às Regras do Fórum.


_____________________________________________



A sua utilização do Fórum após a publicação deste documento
é equivalente à aceitação tácita de que se submete às alterações.



_____________________________________________

Tabela de Medidas


Em caso de reincidência dentro de trinta dias após
a advertência ou punição, o usuário poderá receber
uma punição mais rígida.


I. A primeira infração será passível de advertência.

II. A segunda infração será passível de suspensão por até um dia.

III. A terceira infração será passível de suspensão por até sete dias.

IV. A quarta infração será passível de suspensão por até trinta dias.




_____________________________________________

Criado em: 6/12/2011 23:55
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Regras do Fórum
Administrador
Membro desde:
25/1/2006 13:24
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Caro usuário,

Bem-vindo ao Fórum Luso-Poemas. A principal função do Fórum é prover um ambiente agradável para que todos possam interagir.

Visando um melhor aproveitamento deste Fórum, criamos as regras abaixo. Elas se aplicam a todos os usuários, e é seu dever conhecê-las e obedecê-las.

Ressaltamos ainda que a infração dessas regras estará passível de advertência ou punição de acordo com a Tabela de Medidas ao fim deste documento.

É importante que você confira nossas regras com freqüência,
pois podemos alterá-las sem aviso prévio sempre que necessário.

Em caso de dúvida, consulte um administrador ou moderador
ou publique-a no Fórum de Dúvidas.




_____________________________________________


Ações Proibidas



I. Postagens que divulguem informações pessoais
de outro usuário, sem prévia autorização.
Estão inclusos (mas não limitadas a) na classificação
de "informações pessoais" os seguintes dados:

1) Fotos e imagens;
2) Links para páginas pessoais;
3) Conversas por meio do Chat;
4) Mensagens Privadas (PMs);


II. Criar tópicos ou responder tópicos com
o intuito de difamar, caluniar ou insultar outros usuários;

III. Criar tópico de denúncia;

Obs:

Qualquer queixa ou reclamação deverá ser apresentada
nos espaços ou contatos disponibilizados para o efeito:

1) PMs - Mensagens Privadas - para os elementos da administração, elementos designados pela mesma ou para o perfil Luso-Poemas;

2) Contatos individuais de e-mail disponibilizados
pela administração;

3) Formulário de Contato, através do link:
Formulário de Contato.



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Observações


1) Tópicos abertos em áreas de assunto diferente
do exposto poderão ser movidos sem aviso prévio.

2) Os tópicos que violarem as regras
poderão ser bloqueados e arquivados sem aviso prévio.

3) Mensagens ou respostas que violarem as regras
poderão ser apagadas sem aviso prévio.

4) Tópicos com mais de um mês de inatividade
poderão ser arquivados sem aviso prévio;

5) O usuário advertido ou suspenso, não cometendo
infrações no período de trinta dias, terá sua primariedade restaurada.

6) A Área de Colunistas tem regras próprias:

Área de Colunistas - Regras

Estas regras podem se sujeitar às Regras do Fórum.


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A sua utilização do Fórum após a publicação deste documento
é equivalente à aceitação tácita de que se submete às alterações.



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Tabela de Medidas


Em caso de reincidência dentro de trinta dias após
a advertência ou punição, o usuário poderá receber
uma punição mais rígida.


I. A primeira infração será passível de advertência.

II. A segunda infração será passível de suspensão por até um dia.

III. A terceira infração será passível de suspensão por até sete dias.

IV. A quarta infração será passível de suspensão por até trinta dias.




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Criado em: 6/12/2011 23:52
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Expulsão por plágio
Administrador
Membro desde:
25/1/2006 13:24
Mensagens: 150
• Há Palavras que nos Beijam, de Alexandre O'Neill
• Três Lágrimas de Orvalho, trata-se de um fado da autoria de Pedro Henriques e interpretado por Carlos do Carmo e, mais tarde, pela Mariza.
• Vai caminhando desamarrado, de Mafalda Veiga
• Para Todas As Mulheres, Mind da Gap
• Ensaio, dos Toranja

Estes textos foram alguns dos que foram aqui publicados pelo utilizador Zorlack sem qualquer referência a que eram textos de outros autores. Nenhum dos textos analisados deste utilizador era original, pelo que se comunica a sua expulsão do luso-poemas.

Criado em: 1/3/2009 22:02
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Exclusão por Plágio
Administrador
Membro desde:
25/1/2006 13:24
Mensagens: 150
Comunicado aos Luso-poetas

A Luso-poemas recebeu uma denúncia devidamente sustentada sobre vários plágios efectuados pelo membro desta casa, cujo nome é Gilberto – Mário Margaride.
O mesmo foi inquirido para que apresentasse argumentação em sua defesa. Não o fez.
Deixou de pertencer ao Luso-poemas ficando inibido de colocar textos.
Assim resta lamentar esta situação.

30/12/2008
Luso-poemas

Criado em: 30/12/2008 23:12
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Resultados dos concursos de poesia da APPACDM de Setúbal
Administrador
Membro desde:
25/1/2006 13:24
Mensagens: 150
Transcrição da acta de apreciação dos trabalhos concorrentes ao III Concurso de Poesia “Comunidade Escolar” da APPACDM de Setúbal

No dia 21 de Novembro de dois mil e oito, pelas 12 horas, da apreciação dos 3 elementos do júri do III concurso de Poesia “Comunidade Escolar”, constituído pelo Dr José Gil, Dra Magda Pais e Paulo Afonso Ramos, resultou a seguinte classificação:

1º Prémio
Pseudónimo – David de Exsis
Poema – Diálogo ao amanhecer
Identificação – Adriano José Novais Carvalho
Escola Secundária do Bocage

2º Prémio
Pseudónimo – Spot
Poema – Aprender contigo I
Identificação – Pedro Gabriel Gomes dos Reis
Escola Secundária Sebastião da Gama

3º Prémio
Pseudónimo – Dragão Dourado
Poema – O amor
Identificação – André Cardoso
APPACDM de Setúbal

Menção Honrosa
Pseudónimo – Nelita
Poema – Afinal não são diferentes
Identificação – Teresa Ramos
APPACDM do Fundão

Menção Honrosa
Pseudónimo – Dragão Dourado
Poema – Amigos
Identificação – André Cardoso
APPACDM de Setúbal

Menção Honrosa
Pseudónimo – Borboleta Azul
Poema – Aprende comigo
Identificação – Inês Brazão
APPACDM de Setúbal


Transcrição da acta de apreciação dos trabalhos concorrentes ao XIII Concurso de Poesia da APPACDM de Setúbal

No dia 21 de Novembro de dois mil e oito, pelas 12 horas, da apreciação dos 3 elementos do júri do XIII concurso de Poesia da APPACDM, constituído pelo Dr José Gil, Dra Magda Pais e Paulo Afonso Ramos, resultou a seguinte classificação:

1º prémio
Pseudónimo - Lee Jones
Poema - Seja qual for o teu nome
Identificação – Ilídio Gomes

2º prémio
Pseudónimo – Alfarroba
Poema - Xica morena
Identificação – Maria Fernanda Reis Esteves

3º prémio
Pseudónimo – fioredemel
Poema - Somos todos deficientes
Identificação – Rosa Matilde Rodrigues Mello

Menção Honrosa
Pseudónimo – Maria
Poema - Aprender contigo
Identificação – Célia Calapez Ribeiro Santos Caleira

Menção Honrosa
Pseudónimo - Versus
Poema – Escolhidos
Identificação – Luís Fernandes

Menção Honrosa
Pseudónimo - Pau de giz
Poema - Historinha Curta
Identificação – Carla Maria Caldes Contente Pereira

Menção Honrosa
Pseudónimo - Figueiredo Almeida
Poema - Nos braços de uma mulher
Identificação – Jorge Miguel Cação Faria

Menção Honrosa
Pseudónimo - Alfarroba
Poema - O poema que tu mereces
Identificação - Maria Fernanda Reis Esteves

Menção Honrosa
Pseudónimo – Mariana
Poema - Vem aprender comigo
Identificação – Rute Machado

Menção Honrosa
Pseudónimo - Piedade Rocha
Poema - Monólogo a dois
Identificação – Vanda Helena Póvoa

Menção Honrosa
Pseudónimo – Eva Cisneiro
Poema - Poema I
Identificação – Hirondina Rodrigues Cuco

Menção Honrosa
Pseudónimo – um teu amigo
Poema – O teu sorriso
Identificação – José Correia Torres

Menção Honrosa
Pseudónimo – João Miguel
Poema – O meu grande amigo
Identificação – José Silva Pancho

Criado em: 4/12/2008 16:30
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Re: Antologia Luso-Poemas 2008
Administrador
Membro desde:
25/1/2006 13:24
Mensagens: 150
A participação na antologia é gratuita e esta reúne textos publicados, maioritariamente, no ano de 2007, pelos utilizadores seleccionados.

Quanto ao encontro, a inscrição é feita através de PM para o luso-poemas ou manifestando essa intenção como comentário neste tópico do fórum ou no destaque, indicando, em qualquer dos casos, se vem sozinhos ou acompanhados.

Criado em: 2/12/2008 23:03
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Antologia Luso-Poemas 2008
Administrador
Membro desde:
25/1/2006 13:24
Mensagens: 150


Sob a chancela da Edium Editores será lançado o livro “Antologia Luso-Poemas 2008”, uma compilação de diversos textos de vários autores que publicam no nosso site.

Lista de Poetas da Antologia da Luso-poemas 2008



Alemtagus
Betha M Costa
Carla Costeira
Carlos Carpinteiro
Carlos Said
Carolina
Cleo
Conceição B
Daniela Pereira
Expanta
Flávio Silver
Fly
freudnãomorreu
Gilberto
Godi
Goretidias
Henrique Pedro
João Filipe Ferreira
João Videira Santos
José Torres
Júlio Saraiva
Karla Bardanza
Le Tab
Ledalge
Luís Ferreira
Margarete
Maria Sousa
Mel de Carvalho
Noite
Paulo Afonso Ramos
Pedra filosofal
Rosa Maria Anselmo
Sandra Fonseca
Tália
TrabisdeMenta
Tytta
Valdevinoxis
Vera Carvalho
Vera Silva

convidamos, por isso, todos os utilizadores e seus acompanhantes a participarem no III encontro do Luso-poemas, onde terá lugar o lançamento desta antologia

Vejam mais informações em

http://www.luso-poemas.net/modules/sm ... ction/item.php?itemid=371

Informações adicionais
Dia
13 Dezembro 2008

Local
Campo Grande nº 56 em Lisboa

Como chegar
Autocarros – 36, 21, 45, 38
Metro/Comboio – Estação de Entrecampos

Mapa
http://codigopostal.ciberforma.pt//codigo_postal.asp?n=109684

Programa

11h30 – Recepção
12h30 – Almoço
15h – Apresentação da Antologia
17h – Porto de honra
20h – Jantar (sítio a escolher em Lisboa, no próprio dia, sem compromissos)

Inscrevam-se através de PM para o utilizador Luso-poemas

Anexar ficheiro:



jpg  k_luso_prosa_poesia.jpg (228.60 KB)
1_49332b0ccdb05.jpg 1064X769 px

Criado em: 30/11/2008 23:50
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O que é o haikai
Administrador
Membro desde:
25/1/2006 13:24
Mensagens: 150
Diante de um haikai, o leitor que desconhece sua forma e suas regras de composição poderá achar muito fácil ou muito simples compor um. Por mais que a simplicidade seja uma das ferramentas do poema japonês, compor um haikai requer não só satisfazer as suas regras, mas também resgatar a vivência de seu autor, na qual estava o “momento do haikai”, e isso implica em adquirir experiência com a prática freqüente (MARINS, 2007).

Segundo IURA (2007), para que um terceto (poema de três versos) possa ser chamado de haikai, é necessário atingir, em grau maior ou menor, uma ou mais características do haikai japonês, que são as seguintes: a forma, o corte e o kigo. O corte (kire), que adiciona profundidade psicológica ao haikai, é a divisão do poema em duas partes, ou seja, dos três versos, o primeiro será a primeira parte e os dois últimos a outra, ou vice-versa. Estas partes deverão ter sentido completo. No ocidente, o corte pode ser representado por sinais de pontuação no final do primeiro ou do segundo verso. Porém, o uso de pontuação não é obrigatório (IURA, 2007). CLEMENT (2004), por sua vez, é mais enfática. Para ela, o uso da pontuação é realmente desnecessário, pois o haikai não é uma sentença. Para MARINS (2004), independentemente do uso ou não, o que não pode ocorrer é o uso exagerado dos sinais de pontuação, a chamada poluição visual, pois o haikai é despojado, deve conter o mínimo de elementos. No máximo, o uso de um ponto de exclamação ou um ponto de interrogação (se for necessário), mas nunca os dois. Usa-se o travessão e evita-se o ponto-e-vírgula, a vírgula e as reticências. Quanto às partes do haikai (MARINS, 2004), cada parte deve conter uma imagem que, quando justaposta uma com a outra, relacionam-se mentalmente, ou seja, que a conclusão fique por conta do leitor, pois quando isso não acontece o haikai se torna explicativo. Para ilustrar essa característica, tomaremos como exemplo alguns haikais de autoria de José Marins, colhidos do seu livro – ainda a ser publicado - “Karumi”: Voam andorinhas – Belas guabirobas na moldura da janela andaria muito mais uma tarde azul para ir buscá-las Observamos que no primeiro haikai há um corte representado pelo travessão no final do primeiro verso. Isso nos permite entender que as andorinhas não estão voando na moldura da janela, mas que simplesmente as andorinhas voam. Há nesse verso um sentido completo, há uma imagem mental, portanto esta é a primeira parte. A segunda parte é representada pelos dois últimos versos, que também apresentam uma imagem mental e há um sentido completo. No segundo haikai, não há a presença de sinal de pontuação por não haver necessidade, uma vez que o primeiro verso é uma frase única e, sendo assim, observamos que nesse verso há sentido completo, assim como nos dois últimos versos. Concluímos assim que em ambos os haikais há a divisão em duas metades, formadas por duas imagens justapostas que mentalmente fazem relação. Para CAMPOS (1977) o haikai relaciona dois elementos básicos conforme as lições de Matsuo Basho: o primeiro é o da “permanência”, a “condição geral”, que está relacionada às estações do ano, e o segundo é o de “transformação”, a “percepção momentânea”. “A natureza dos elementos varia, mas deve haver dois pólos elétricos, entre os quais salte a centelha, para que o haicai se torne efetivo”, afirma Donald Keene apud CAMPOS (1977). Para VIEIRA (1975), deve haver no haikai um descobrimento, uma revelação, uma visão peculiar, sutil, que seja intrinsecamente expressiva e não uma comunicação explicitada, ostensivamente sonora. A segunda característica, conforme IURA (2007), é o kigo, que significa “palavra-de-estação”, mas como o termo em japonês é usado freqüentemente, opta-se por este. O kigo no haikai representa um termo ou palavra que indique a estação do ano em que este aconteceu e faça referência a ela. Há uma compreensão muito rica e muito sutil dos japoneses quanto à natureza, à passagem das estações. As plantas, os animais, as paisagens e algumas vivências humanas marcam essas transições das estações para o haicaísta. Veremos em mais alguns haikais colhidos do livro de José Marins “Bico de João-de-barro”, este também ainda inédito, palavras ou termos que representam o kigo: Com as boas novas Saudades e flores o carteiro e sua mochila no cemitério antigo os ipês floridos Dia de Finados Podemos encontrar no haikai o kigo propriamente dito ou o referencial. Acima, nos dois haikais, temos dois kigo referenciais, ou seja, fazem referência à estação do ano. Conforme o clima do Brasil, os ipês florescem na primavera, portanto quando há no haikai a palavra “ipê”, sabemos que se trata de um haikai referente à primavera. “Dia de finados” (02/11), representa, para nós brasileiros, um kigo referente à primavera, pois neste dia estamos na referida estação. Vejamos agora outros haikais do livro Bico de João-de-barro: Calor de verão Vento de outono a trabalheira que dá gari teima em varrer ter essa preguiça folhas espalhadas Como podemos observar, o kigo se apresenta nos haikais acima de forma explícita, através das palavras “verão” e “outono”. H. Masuda Goga, mestre do haikai no Brasil, escreveu um livro, que na verdade trata-se de um dicionário de termos sazonais (kigo), chamado Natureza – berço do haicai, publicado em 1996, em parceria com Teruko Oda, que visa o uso correto do termo de estação. A terceira característica do haikai, conforme IURI (2007), é a forma (teikei), que corresponde à estrutura física do haikai, os três versos. No haikai japonês, a forma corresponde a dezessete sons. No haikai brasileiro, ela se refere a dezessete sílabas poéticas, distribuídas em cinco sílabas poéticas no primeiro verso, sete no segundo e cinco no terceiro, sem rimas e sem título. Vale ressaltar que na língua portuguesa as sílabas poéticas correspondem a sons na pronúncia das palavras. Novamente tomamos como exemplo os haikais de Marins do já citado livro “Karumi”: Um sereno lento algumas recordações molham minha face. Um se-re-re-no len-to 1 2 3 4 5 al-gu-mas re-cor-da-ções 1 2 3 4 5 6 7 mo-lham mi-nha fa-ce 1 2 3 4 5 A contagem de sílabas poéticas (escansão) difere da contagem de sílabas gramaticais (separação de sílabas das palavras). Na contagem poética, contamos os sons, ou seja, se houver um encontro vocálico de palavras diferentes (elisão), consideramos apenas uma sílaba, um som. A contagem de sílabas poéticas vai até a última sílaba tônica do verso, a de maior intensidade. No haikai japonês, como já dissemos, são contados os sons até a última sílaba do poema. Se considerássemos essa contagem no haikai acima, teríamos o esquema 6-7-6. Mas observamos que este haikai está de acordo com a forma clássica do Brasil (consagrada nas gramáticas, no capítulo da Versificação). Agora veremos um haikai de José Marins em que a elisão está presente (livro “Bico de João-de-barro”): A pipa se eleva sobre cabeças e risos um filho e seu pai. A pi-pa se e-le-va 1 2 3 4 5 so-bre ca-be-ças e ri-sos 1 2 3 4 5 6 7 um fi-lho e seu pai 1 2 3 4 5 Notamos neste haikai que há a presença da elisão no primeiro verso (se+e = see = um som) e no terceiro verso (lho+e = lhoe = um som), resultando, mesmo assim, no esquema 5-7-5. Outras características do haikai são abordadas por MARINS (2004). Como o haikai é um poema que descreve, registra a cena vivida pelo seu autor, é simples e direto. O tempo usado deve ser o presente (o que acontece), e não o gerúndio (o que está acontecendo). Usa-se uma linguagem simples com palavras de fácil compreensão, referente às coisas comuns. Exemplo: A pipa se elevando A pipa se eleva sobre cabeças e risos sobre cabeças e risos pai rindo do filho um filho e seu pai (RECOMENDÁVEL) O antropomorfismo (personificação de seres inanimados ou animais) é totalmente descartado e o uso dos adjetivos deve ser cauteloso (MARINS, 2004). Exemplo: Sobre o telhado está triste o pombo solitário manhã de inverno ERRADO Outros cuidados quanto às partes do haikai devem ser tomados. Não fazê-lo em uma parte, pois conforme já falamos, pode torná-lo explicativo. Não fazê-lo em três partes, o que é denominado de “haikai prateleira” (MARINS, 2004). Exemplos: Muro caiado 1ª. parte bougainville vermelho 2ª. parte um portão azul 3ª. parte ERRADO: Típico haikai prateleira um sabiá refresca-se com um banho na poça d’água ERRADO: haikai feito em uma única parte se torna explicativo e muito óbvio. Para concluir, MARINS (2004) orienta que deve haver cuidado com o uso de advérbios, locuções adverbiais e as interjeições (ah!, oh!), pois estão em desuso. Conforme os estudos que fizemos neste capítulo, podemos sintetizar as características do haikai clássico do Brasil e os cuidados para com sua composição da seguinte forma: • Poema de origem japonesa composto de três versos. • Deve possuir o corte (kire) que o divide em duas partes, com o uso da pontuação ou não. • Evita-se usar mais do que um sinal de pontuação (poluição visual). • Deve ter um kigo. • Sua forma (teikei) é composta de 17 sílabas poéticas (5-7-5). • A natureza é o tema principal. • É composto no tempo presente e não se usa o gerúndio. • Usa-se linguagem simples e de fácil compreensão. • Não intelectualizá-lo. • O antropomorfismo deve ser descartado. • Cuidado com o uso de adjetivos. • Fazê-lo em duas partes, evitar fazer em uma ou três partes. • Cuidado com o uso de advérbios, locuções adverbiais e interjeições. Segundo SUZUKI (1977), no século XVIII surgiu uma variante do haikai que teve como representante máximo Karai Sênriu (1718-1790). Trata-se de um estilo que usa no haikai uma linguagem corrente e satírica, mas que acabou tendendo para o medíocre e decaiu. Chamamos um haikai cômico de sênriu (senryu). Os exemplos abaixo são de José Marins, extraídos do livro “Coleção Aprendizes Paranaenses”, (2003): Pôr-me um sorriso Falava de amor E redesenhar o rosto o casal na madrugada Terei visitas o apito do trem REFERÊNCIAS BOMFIM, Gelmili Oliveira (org.). Oficina de Poesia ROZA DE OLIVEIRA - Coleção Aprendizes Paranaenses. Curitiba, Gelmili Oliveira Bomfim, 2003. CAMPOS, Haroldo. In: Haicai: homenagem à síntese. A Arte no Horizonte do Provável e outros ensaios. 4. ed. São Paulo: Perspectiva, 1977. MARINS, José. Entrevista eletrônica concedida a Alvaro Mariel Posselt. Curitiba, 29 abr. 2007. MARINS, José. Haicai. Palestra na Biblioteca Pública do Paraná. Curitiba, 2004. (Documento em anexo). MARINS, José. A História do Haicai no Paraná. Palestra no Centro de Letras do Paraná, Curitiba, maio, 2007. MARINS, José. Poezen. Curitiba: Araucária Cultural, 1985. SUZUKI, Eiko. In: O haicai pós-Bashô. Literatura Japonesa 712 – 1868. São Paulo: Ed. do escritor, 1977. VIEIRA, Oldegar Franco. O haicai. Rio de Janeiro: Ed. Cátedra, 1975. REFERÊNCIAS ELETRÔNICAS: CLEMENT, Rosa. O Haicai e Suas Teorias. Manaus, 2004. Disponível em http://www.sumauma.net/haicai/haicai-teoria.html. Acesso em 21 mar. 2007. IURA, Edson Kenji. Pétalas ao Vento: O que é Haicai. São Paulo, 2007. Disponível em http://www.nippo.com.br/zashi/haicai.html. Acesso em 21 mar. 2007.

OBS: Este texto foi extraído do TCC "O HAIKAI EM SALA DE AULA", de Alvaro Mariel Posselt, Universidade Tuiuti do Paraná (Brasil). Curitiba, Junho de 2007.

Texto enviado pelo usuário Alvaroposselt

Criado em: 21/11/2008 23:38
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