Sonetos : 

Cristal Quebrado

 
Tags:  solidão    cristal    poema de amor e tristeza  
 
Cristal Quebrado
by Betha M. Costa

Havia no meu peito danças e cores,
E as músicas que hoje são distantes,
Eram festas do viver aos instantes,
Em que nós lavávamos d’alma as dores.

Correram diversas noites entanto,
Enquanto aos nossos dias se intercalaram,
Muita solidão, pranto e desencanto,
Nas intempéries, amores murcharam...

Calaram-se vozes, sem luz acesa,
O puro e certo agora é duvidoso:
A vida perdeu em encanto e surpresa!

Frio o coração, frágil cristal ocioso,
Apertado nas luvas do abandono,
Espatifa-se entre os dedos do dono...
 
Autor
Betha Mendonça
 
Texto
Data
Leituras
2964
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
4 pontos
4
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
(re)velata
Publicado: 23/09/2009 21:52  Atualizado: 23/09/2009 21:52
Membro de honra
Usuário desde: 23/02/2009
Localidade: Lagos
Mensagens: 2214
 Re: Cristal Quebrado
Belo, apesar de triste. O último terceto, a meu ver, é especialmente bonito.

É sempre um prazer ler-te!

Beijinho


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 24/09/2009 13:03  Atualizado: 24/09/2009 13:03
 Re: Cristal Quebrado
Gosto muito de te ler em qualquer registo e da coragem das tuas palavras.
Gostei muito deste teu soneto encaixa perfeitamente no meu estado de espírito deste últimos tempos no Luso: céu encoberto com poucas abertas e possibilidade de aguaceiros.
Espero então pelo bom tempo, mais cedo ou mais tarde terei novamente sol na eira.
Um beijo Betha
JLL