Eu sou um homem de cultura.
Nasceu comigo, não é que um dom
Posso garantir que ela é pura,
Desenvolvo-a e tudo é bom.
Quando comecei a ler na escola
Passava ao tempo a aprender
Os outros iam jogar à bola
Eu não, ia ler e ia escrever.
Cresci. Passava o tempo no jardim
Com os livros debaixo do braço
A cultura, a pura era para mim
Como o desenho está no traço.
Família pobre e eu fazia pela vida
Calçava as minhas botas com emoção
E a minha sachola muito querida
Começava a cultivar com coração.
A minha cultura assim continua
Cultivo batatas, cebolas, pimentos
Passo o meu tempo a ler a Lua
Para saber de onde podem vir os ventos.
Continuo feliz da minha cultura
Quer chova, quer faça sol ou frio
A minha cultura garantida pura,
Pois que eu sou especialista da bio!
A. da fonseca