Poemas : 

nas aulas (quando a música acontece)

 
sento-me
nesta cadeira
de madeira
contrafeita
e absorvo pelos poros
vidas que acontecem


olhos disparam
e revelam
câmeras ocultas
e,no ruído absurdo,
palavras não ditas
detecto.

da verdade fica o cansaço apenas
de um mar de ideias e emoções.

intervalo-me olhando a janela.

ouso então levantar-me
e passeio por entre corredores labirínticos.

unida a uma solidão que é comum
canto em coro uma voz divergente

e a música acontece.


cruz mendes

 
Autor
Alexis
Autor
 
Texto
Data
Leituras
978
Favoritos
1
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
16 pontos
8
0
1
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
ângelaLugo
Publicado: 28/09/2009 01:55  Atualizado: 28/09/2009 01:55
Colaborador
Usuário desde: 04/09/2006
Localidade: São Paulo - Brasil
Mensagens: 14852
 Re: nas aulas (quando a música acontece)p/ Alexis
Olá Alexis

Pois que lindo está teu texto
A música acontece quando a alma
levita e tudo ao redor silencia
para dar espaço a música que a
contagia....

Beijinhos no coração


Enviado por Tópico
AntóniodosSantos
Publicado: 28/09/2009 20:16  Atualizado: 28/09/2009 20:16
Colaborador
Usuário desde: 10/12/2008
Localidade: Lisboa
Mensagens: 997
 Re: nas aulas (quando a música acontece)
Dá para recordar os primeiros dias de aulas...

Bom poema...

Parabéns...

Com simpatia

A.S.


Enviado por Tópico
zedaesquina
Publicado: 28/09/2009 20:30  Atualizado: 28/09/2009 20:30
Super Participativo
Usuário desde: 24/04/2009
Localidade:
Mensagens: 110
 Re: nas aulas (quando a música acontece)
Votei numa escola. Após percorrer labirínticos corredores, lá encontrei a mesa de voto...
Ao ler este seu poema voltei lá mentalmente e reconstrui, aqui no meu quarto, num segundo, o sentimento expresso neste poema. Como se fosse eu a vivê-lo.


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 29/09/2009 18:39  Atualizado: 29/09/2009 18:39
 Re: nas aulas (quando a música acontece)
...e nos caminhos barrentos, enquanto a chuva cadenciada me escorria pelas faces, as minhas sandálias se partiam e os pés enlameados seguiam o caminho que me levava a sala quente, onde me esperava a cadeira que não existia em casa!

Os olhos bem abertos, na ânsia de apreender, dava-me o alento e esquecia por momentos o frio que me arrefecia os ossos. a roupa de verão contrastando com o gélido inverno secava na minha pele.

Mas o dever estava cumprido e a campainha acordava-me sempre em sons musicais, despertando-me para um novo dia , nos dias seguintes de todo um sonho que era estudar. Ainda hoje ouço essa musica na melodia do tempo!

Beijo azul