Poemas : 

VII. Ego Sum Aquae Vitae

 
VII. Ego Sum Aquae Vitae

Eu Sou a Água da Vida.
No medo da morte me protegi.

Nos olhos do desconhecido e da obscuridade,
encontrei meu refúgio porque tudo me aproximava e afastava de ti,
e a fogueira consumia toda a lenha que formava o esqueleto do meu corpo.

No meu sangue ardia a fresca chama que sempre repousou sobre as águas claras,
mas, agora, que despertou a flor de lótus na coroa da minha cabeça,
e na minha fronte foi depositado o símbolo da vida, procurei-te em vão, sem te encontrar.

Procurei-te nas manhãs claras de raios de sol luminosos.
Procurei-te debaixo das rochas das montanhas e nas fontes de águas vivas.
Procurei-te na imensidão dos céus e por entre as asas das aves de rapina.

Encontrei montanhas, vales e corpos desnudos, na paisagem obscura da tua Alma.
Encontrei águas tormentosas e torrentes de cascatas de azul e fúria,
em constante movimento, num ritmo frenético de sons, odores e movimentos.
Águas correntes. Fugindo da fonte da montanha. Correndo em direcção ao oceano.
Correndo em direcção à Foz do Espírito, habitante das profundezas dos nossos corpos.

Eu sou a Água da Vida. Eu Sou.
Eu, aquele que nasce e renasce, sem nascimento e sem morte.
Nascido, vivo e morto, para todo o sempre.

Do Livro de Joma Sipe "Afoguei-me Em Ti" - Parte I - Os Dias da Criação Ou O Antes de Ti
 
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jomasipe
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