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Nas muralhas da sociedade

 
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Borda fora com os desajustados! Borda fora para quem não se enquadra nestes meandros infectados da nossa sociedade! As muralhas da nossa sociedade estão negras por dentro, e cheias de luz por fora! Mas, vivas para esta sociedade discriminatória, que se acha no direito de julgar seus próprios irmãos de jornada! Sociedade discriminatória, subproduto do seu criador que discrimina a sua própria natureza divina: o homem. Todas as coisas do homem são efémeras: quem criou os padrões sociais? Quem decretou que uns são melhores, ou que os outros são piores? Quem é esta sociedade se não esse subproduto com prazo de validade? E o que são os julgamentos, senão armadilhas da nossa própria inferioridade, ocultadas pelo alegado prazer que o ego nos faz sentir? Criamos as armadilhas para depois cairmos nelas! Somos pequenos, achamos que tudo podemos, quando somos nós, os responsáveis pelas nossas próprias desgraças.

Mas continua-se a pensar, ou querer pensar, que assim é que tem que ser. Que temos que lutar por uma vida, quando na verdade gostaríamos de lutar por outra completamente oposta. Mas, continua-se a fazer o contrário do que realmente queremos dentro de nós, porque as regras da nossa sociedade exercem essa enorme influencia nas decisões pessoais de cada um. “Não vou fazer isto, se não vão pensar o quê de mim?”, “Não vou fazer isto também, se não vai ser uma vergonha?”, “Não faço isso também porque tenho muito medo!”. Tudo tão errado! Medo é mais uma armadilha do ego! E como a insatisfação começa-se a instalar, inicia-se um processo ainda mais materialista. Segue-se o consumismo desenfreado. Depois as lutas pelo poder. O querer mais e mais, e nunca ficar por aí… E toda uma vida se torna numa invenção humana para adormecer a consciência, e ao mesmo tempo, fugir da sua própria essência. Mais um membro, mais um exemplo a seguir por esta sociedade egóica, que se acha tão evoluída!

Parem de fingir que são felizes...! Parem de tapar o sol com a peneira…! Parem com a hipocrisia...! Parem de ter medo de tudo! Fazemos e pensamos realmente como sentimos, ou ignoramos os sentimentos?! Fazemos o que podemos, ou podemos o que fazemos?! Não riam quando têm vontade de chorar! Alimentem a vida, não alimentem o ego! Ele é como a comida rápida, só engorda, não alimenta! O preço que pagamos pela nossa alegada “segurança”, é a infelicidade! Vale a pena? Vale a pena, pela segurança, ou pelo comodismo, abandonarmos a luta pelos nossos sonhos? Vale a pena ficarmos encarcerados num mundo sem evolução, sem horizontes? A escolha é de cada um!

Abençoados são, todos aqueles que saltam fora desta muralha por iniciativa própria! Abençoados, todos aqueles que não se revêem neste mundo tão desumanizado, tão virado para todo o tipo de materialismo! Abençoados, todos aqueles que se sentindo como peixe fora de água, preferem viver de esmola que viver no mundo de faz de conta, no mundo dos contos que fadas, que só existem na cabeça de iluminados que escrevem essas fantasias para as crianças não terem pesadelos durante a noite - pura ilusão! Abençoados, todos aqueles que vêm a realidade, e procuram a sua verdade, sem medo de serem felizes!

Já evoluímos muito, porém falta-nos evoluir no que realmente é mais importante, e ao mesmo tempo, no mais difícil! Quem quiser que pense.

2007
 
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Clarisse
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