Poemas -> Reflexão : 

Em silêncio... (revisto e republicado)

 
Aquieto-me no colo da noite
Que me aconchega
Com o xaile negro do silêncio

Acendo mais um cigarro
Oferecido p'la morte
Que me engana
Com o prazer do momento

Vou bebendo do meu cálice de Porto
Envelhecido p'lo mesmo tempo
Que me envelheceu o corpo

Mergulho num mar de pensamentos...


Open in new window


*... vivo na renovação dos sentidos, junto da antiguidade das lembranças, em frente das emoções...»

Impulsos

https://socalcosdamemoria.blogspot.com/?

https://www.amazon.es/-/pt/dp/1678059781?fbc...

 
Autor
cleo
Autor
 
Texto
Data
Leituras
1233
Favoritos
1
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
16 pontos
8
0
1
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
Leugimiur
Publicado: 25/10/2009 17:48  Atualizado: 25/10/2009 17:48
Membro de honra
Usuário desde: 25/10/2009
Localidade: Portugal
Mensagens: 277
 Re: Em silêncio... (revisto e republicado)
O melhor é que também mergulhei num mar de pensamentos.

A descrição da noite serena, gostei da tranquilidade trasmitida, apesar da subjectividade.

A relação entre o agora e o depois com o prazer e a dor, inquieto tenho de frisar a excelência da segunda estrofe, o que é bom não dura para sempre, o que é bom demais é pra desconfiar, por algo ser bom um momento não quer dizer que o têmpero saboroso se mantenha, às vezes a comida estraga-se, e o que nos acontece se tivermos mesmo muita muita fome e comermos comida estragada? Sabe bem na hora, mata a fome, mas depois...

Quanto ao tempo, se entendi bem, queria constatar que este é o mesmo pra tudo e todos, tanto pra sujeito como pra objecto. Estou certo? Más há algo nesta estrofe, penso que seja a relação Idade-qualidade, e a simetria, quanto mais velho o vinho maior será o sorriso mas quanto mais velho o indivíduo maior será o desgosto de não ser vinho.

Entendo então vários aspectos negativos; a noite, escuridão, solidão, frio, silêncio, vazio. Depois o vício prazeiroso que é o tabaco, sabe bem, mas mata lenta e dolorosamente, logo morte, dor, sofrimento, tudo derivação do prazer momentâneo. Então a idade, mais precisamente, o envelhecimento, o passar do tempo, a consciência de que se envelhece e de que ninguém é vinho, até à morte, de novo.

Na minha opinião pessoal e não crítica é um texto muito bem trabalhado, mas um pouco vago, a relação das ideias está muito boa, mas a moral da história é muito sombria, solitária, triste. A especialidade do poema está mesmo na subjectividade, graças à sua abundância neste caso, cada um pode tirar um monte de conclusões e deixar-se afogar no tal mar de pensamentos, o ser "vago" torna o poema chamativo, idealista e para pensadores e filósofos.

Gostei pela forte razão de me fazer pensar seriamente. Ginástica à massa cinzenta.

Boa peça, cumprimentos


Enviado por Tópico
Vamaloso
Publicado: 25/10/2009 18:54  Atualizado: 25/10/2009 18:54
Super Participativo
Usuário desde: 10/05/2009
Localidade: Barcelona/Lisboa
Mensagens: 141
 Re: Em silêncio... (revisto e republicado)
... e vivemos nesse mar ! Gostei, um abraço !


Enviado por Tópico
arfemo
Publicado: 25/10/2009 21:19  Atualizado: 25/10/2009 21:19
Colaborador
Usuário desde: 19/04/2009
Localidade:
Mensagens: 4812
 Re: Em silêncio... (revisto e republicado)
...o tempo é como o rio de Heraclito: nunca é o mesmo, nem na circnstância, nem na natureza (e isso se vê pelos resultado...que mesmo este é subjectivo). um pouco triste, mas com a marca d'água da poetisa.

beijo
arfemo


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 25/10/2009 21:24  Atualizado: 25/10/2009 21:24
 Re: Em silêncio... (revisto e republicado)
Em silencio falam os nossos pensamentos.

Belo momento em silencio.
Levo-o comigo

Beijo