Há um adeus pairando no ar

Triste
e belo Tânia.
Deixo-te aqui um poema meu...
se me permites.
Beijo

ADEUS... NUNCA!

Nunca te direi adeus...
Por mais que os teus olhos
persigam ávidos os meus
com punhais de vento
e ruídos mudos de trovoada.
Por mais que os rios
onde me queres afogar
se evaporem nos diques,
amaldiçoados,
da tua indiferença.

...Só as árvores morrem de pé
E nunca o que se é!

- Sabes…?

Nada derruba o pensamento
dos que ousam sonhar
para além da lonjura.
Essa é a minha única loucura!
A minha mais cruel desventura…

Mas até isso…
Enquanto me perco e me refaço
sou eu quem o determina.

Nunca te direi adeus…

Por mais que a minha imaginação
de girafa
escorregue desajeitada enquanto corre.
Por mais que as silvas me rasguem
a carne exangue…

Não te direi adeus…
Não…!

Não te fiques
entre o sim e o não!
Não existe nin, nem eunos.

Existimos apenas nós
enquanto quisermos…!

(VÓNY FERREIRA)
(Do romance O Despertar da Mariposa)