Entre os doutores estive
vestidinhos a rigor
Fato e gravata
Cada um o mais puxadinho
Dos seus possíveis galões
Muita era a magnificência
Mas não passava de aparência
Não dei conta de qualquer ciência
Ouvido à escuta,
Apenas me apercebi de nulidades
Daquelas bocas possantes
Daquelas cabeças pensantes
Nada se aproveitava
Nada se aprendia
Tempos houve em que
escutar era aprender
Abria-se a boca para algo ensinar
O mais calava-se e escutava-se
Hoje
Abre-se a boca para evidenciar oratória
Mostrar que tudo se sabe
Mais valia boca fechada não entrava...
Nem saia asneira
Tal é a pobreza de espírito,
Santa ignorância
tamanha magnificência
Juve