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2 - Despedida de Julieta a Romeu

 
2 - Despedida de Julieta a Romeu
 
 



Que este frio punhal
Cravado sobre meu peito
Eternamente me corrompa
Este estranho corpo que aqui deixo
E que me esventrei a entranhas.
Mas que jamais no tempo e no espaço
Este punhal com que desfaço meu coração
Me apodreça a alma eterna minha.
Porque em outras vidas na distância das eras
Que me lembre eu da tua face
Dos teus gestos e das tuas carícias.
Que o destino todo-poderoso
Nos separe vezes sem conta;
E que nós,
Num acaso desse mesmo destino
Unamos nossas mãos e nossos lábios.
E outrora perdidos nos encontremos
No fôlego de mil beijos de amor proibidos…

Novamente juntos voltaremos então;
À cama de lençóis brancos
Ainda quente de nossos desejos.
E cumpridos os dois seremos um
Pois na memória do mundo
Que sabendo sem saber
Nos proibiu e eternizou na palavra amor,
Seremos relembrados;
Culpados e julgados;
De um dia por acaso do destino
Termos inventado no amor;
A palavra Eternidade…

Não mais metades meu Romeu...
Hoje somos meu amor;
Um todo!
 
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Blackbird
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Enviado por Tópico
Vera Sousa Silva
Publicado: 06/12/2009 23:31  Atualizado: 06/12/2009 23:31
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Mensagens: 4098
 Re: 2 - Despedida de Julieta a Romeu
Um poema difícil, a meu ver, já que o verdadeiro romance de Romeu e Julieta é difícil e por ser tão belo, torna-se complicado escrever sobre ele, mas tu, com grande mestria, conseguiste fazer um belíssimo poema, que termina de uma forma que deixa o leitor a suspirar (tanto o 1º como o 2º).
Um bom poema deve prender do início ao fim, logo estes têm que ser apelativos, e tu conseguiste isso na perfeição.
Está 5 estrelas! (estão os 2 do conjunto, na verdade)

Beijinhos Poeta