Poemas : 

Barco

 
Num remoinho que eleva a alma que chora
Cai-se em queda livre, sempre que a dor aperta
Sempre que uma nuvem cinzenta se acerca
E derrama sobre nós fria trovoada

Tantas dúvidas e tantas ilusões
Somos feitos de matéria incompleta
Vagueamos, mortos vivos na cauda de um cometa
Atracamos nosso barco num mar de queixumes

Meu amor, a vida é cor de rosa
Sempre que se acorda de manhã
É doce como o sumo da romã
Afinal a vida é airosa

Somos nós que a complicamos
Ajustamos o dia em nosso favor
Somos nós que tapamos o esplendor
Da manhã ensolarada, somos nós que a desfeamos

Meu amor
Somos nós que atracamos
Nosso barco num breve momento
E dizemos bom dia ao amor

Mas depois corremos, corremos,
Já cansados perdemos os remos
Afundamos,
Boa noite, finalmente adormecemos!


Júlia SoaresOpen in new window


O mundo corre em direcção ao tudo, quando um dia morrer espero dizer valeu a pena.

 
Autor
Julia_Soares
 
Texto
Data
Leituras
894
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
4 pontos
4
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 25/12/2009 00:33  Atualizado: 25/12/2009 00:33
 Re: Barco
Amor, somos nós que o perdemos na procura de o saber para o ter e no entanto ele é, apesar de nós!
Um beijo Julia


Enviado por Tópico
VónyFerreira
Publicado: 25/12/2009 23:31  Atualizado: 25/12/2009 23:31
Membro de honra
Usuário desde: 14/05/2008
Localidade: Leiria
Mensagens: 10301
 Re: Barco P/ Julia Soares
"Tantas dúvidas e tantas ilusões
Somos feitos de matéria incompleta
Vagueamos, mortos vivos na cauda de um cometa
Atracamos nosso barco num mar de queixumes"

Perfeito e extraordinária conclusão!
Somos nós... sempre, que complicamos a vida. Indiscutivelmente! Não vivendo na sua plenitude todos os momentos belos que ela nos proporciona.
Já que os outros... serão como que uma espécie de aprendizagem.
Bravo Júlia. Este poema eu aplaudo de pé!
Vóny Ferreira