Poemas : 

CENSURA

 
Repouso-me por instantes na brecha da consciência e parece que tudo se me alga.O fogo se contorna como uma onde que se levante e desarma o fresco dos frutos tropicais, e até as formas transversais do sistema se assemelham a um absorto silêncio. Dispo a aguarela do meu casaco e coloco todos os suores em colares de gargantas de falsa espuma. Tudo em redor se veste de lágrimas de impressão, colados nos bicos dos pés nus dos cadáveres vagabundos.Uma vaga curiosidade se introduz nas mãos, e as gargantilhas se desatam em nós de voos, por uma qualquer rua sem néon a autopsiar.Depois vem o retrato da esquina e o andar da saliva feita monção de entretenimento e despojam-se os dias de vinho.Abandonam-se as noites e os panoramas que resvalam a espada, contraídas em objecções de conserva e a roupa suja cai em tribunal de censura.

Eduarda






 
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eduardas
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