Poemas -> Surrealistas : 

Cobras da Aldeia

 
Vestia-se de terra
Vestia-se de luta
Agarrou na terra
E foi na labuta
Já foi lá na serra
Não viu a lavoura
Tinha a terra seca
Nos pés de uma moura
Estava aposentada
No seu xailezinho
Amou outro homem
Não foi prostituta
Nos sonhos que tinha
Morreu numa luta
Entre a guerra fria
E um filho da puta
E nas horas tristes
Morriam os sonhos
As buscas vizinhas
Mentiam aos molhos
Dos sonhos amantes
Videntes, profetas
Cobras, elegantes
Comiam-se nelas
Num veneno errante
Nas histórias que tinham
De porte elegante
Prostitutas destras
De resta, decante
Choravam-se mestras
Víboras purgantes
Gemidos pujantes


Cristina Pinheiro Moita /Mim/

 
Autor
mim
Autor
 
Texto
Data
Leituras
786
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
2 pontos
2
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
eduardas
Publicado: 15/01/2010 16:40  Atualizado: 15/01/2010 16:40
Colaborador
Usuário desde: 19/10/2008
Localidade: Lisboa
Mensagens: 3731
 Re: Cobras da Aldeia
Mim,

As aldeias se cobrem de falsas vestes, quando mulheres amam os sonhos cadentes.

Amei de mais!

bjs
Eduarda

Enviado por Tópico
Nanda
Publicado: 17/01/2010 00:02  Atualizado: 17/01/2010 00:02
Membro de honra
Usuário desde: 14/08/2007
Localidade: Setúbal
Mensagens: 11076
 Re: Cobras da Aldeia
Uma boa crítica social.
Beijinhos, MIM
Nanda