Poemas : 

[a jóia rodopia na procura]

 
a jóia rodopia na procura
de um grito de luz
sem da luz ou do grito ou da procura
saber por que palavras nomeá-los

mas saber para quê se não sabendo
sabia antes das palavras
possuir na algibeira da memória

agora rodopia e sente o rosto
o vero rosto
de tudo o que no mundo existe mesmo
que escasso seja o seu mundo

somente aquele sentir
que a faz rodopiar
na procura de um grito de luz

nada mais

e que valem as palavras
de nada valem de nada sem palavras


Xavier Zarco

 
Autor
Xavier_Zarco
 
Texto
Data
Leituras
670
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
3 pontos
3
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
AnaCoelho
Publicado: 16/01/2010 11:42  Atualizado: 16/01/2010 11:42
Membro de honra
Usuário desde: 09/05/2008
Localidade: Carregado-Alenquer
Mensagens: 11253
 Re: [a jóia rodopia na procura]
nada mais que palavras num poema excelente.

Beijos

Enviado por Tópico
GE3
Publicado: 16/01/2010 12:19  Atualizado: 16/01/2010 12:19
Da casa!
Usuário desde: 22/09/2008
Localidade: Moçambique
Mensagens: 350
 Re: [a jóia rodopia na procura]
será a palavra a jóia? ou a consciência dos nadas que temos?

ficamos num rodopiar longo, na expectativa, para entendermos o caminho que queremos dar ao poema.

um abraço
jag

Enviado por Tópico
Alexis
Publicado: 16/01/2010 12:57  Atualizado: 16/01/2010 12:57
Colaborador
Usuário desde: 29/10/2008
Localidade: guimarães
Mensagens: 7238
 Re: [a jóia rodopia na procura]
"a jóia rodopia na procura
de um grito de luz
sem da luz ou do grito ou da procura
saber por que palavras nomeá-los

mas saber para quê se não sabendo
sabia antes das palavras
possuir na algibeira da memória"

isto significa muito para mim.muito mais do que poderei algum dia explicar.às vezes apetece-me abandonar todas as palavras(palavras que me atraiçoam e reduzem o mundo) e ficar apenas com o que sinto.talvez o faça.no dia em que puder vencer esta minha ridícula compulsão.

quanto a ti...escreve,xavier.não deixarei nunca de ler.

abraço.
alex