A sombra é a película impressa do que vem da luz, destila-se assim de um tipo de amor, em que se movimentam os corpos lentamente na água, a revelação ténue é pendurada nua, fica a enxugar num estendal, na varanda de um estúdio de umas quaisquer águas furtadas.
Os poemas também se revelam, molham-se tímidos, afinam-se em dó, subidas de meio-tom em fôlegos sustenidos acompanhados à guitarra, pelas cordas vocais de um poeta.O corpo é uma barragem e as palavras o fio de água que se esgueira e derruba os paramentos abrindo o peito que liberta a inundante angústia de um sentimento libertador.