Poemas : 

«« Infértil solidão ««

 
Tenho uma saruga espetada no peito
A quem chamo abrasão, loura e ressequida
Pelas vicissitudes do esperar sem leito
Estendida ao comprido na estrada da vida

Tenho uma saruga que me diz estás dorida
Pelo olhar nublado e enviesado de causa efeito
Sempre que me lembras, estás só e ferida
Arregala-me os olhos em gesto insuspeito

Dá-me um abanão, eleva-me aos céus
Empurra-me e faz-me seguir em frente
Esta minha saruga nunca me tapa com o véu

Negligente de quem não vê, ou não sente
Que é só, caminha só, mas… segue mais além
Com a certeza que a solidão é infértil semente

Antónia RuivoOpen in new window


Era tão fácil a poesia evoluir, era deixa-la solta pelas valetas onde os cantoneiros a pudessem podar, sachar, dilacerar, sem que o poeta ficasse susceptibilizado.

Duas caras da mesma moeda:

Poetamaldito e seu apêndice ´´Zulmira´´
Julia_Soares u...

 
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Antónia Ruivo
 
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Enviado por Tópico
AnaCoelho
Publicado: 29/01/2010 13:37  Atualizado: 29/01/2010 13:37
Membro de honra
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 Re: «« Infértil solidão ««
A solidão é infértil semente mas a tua poesia é semente de onde se colhe um bom sabor.

Beijos


Enviado por Tópico
celiacc
Publicado: 29/01/2010 14:44  Atualizado: 29/01/2010 14:44
Colaborador
Usuário desde: 27/12/2008
Localidade: Setúbal - Portugal
Mensagens: 2392
 Re: «« Infértil solidão ««
A solidão é má conselheira mas, na verdade, ajuda a fazer grandes poesias, como este teu soneto.

beij,
célia