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Amanheceu na cidade

 
Amanheceu na cidade
O sol está entre o cinza do concreto
Ontem o acaso, hoje a claridade
Tão lentamente, tão discreto...
~
O desjejum está posto na mesa
O jornal ao vivo na televisão
Documentário da redondeza
Noticias de toda nação...
~
Pessoas seguem para sua jornada
É Sangue, suor e trabalho
Estamos em todas calçadas
Meu esquecimento, um ato falho...
~
No semáforo há buzinas insistentes
Pessoas apressadas atravessam as ruas
O trem treme os seus dormentes
A pobreza rica de uma cidade nua...
~
Os prédios esparramam uma sombra fria
E pelos seus becos o vento se encana
Neles há pobres mendigos de vida vazia
Dormem sobre papelão, numa suposta cama...
~
O ônibus que agora vai lotado
Carrega os passageiros da esperança
Haverá nele algum anjo por Deus enviado?
Nos sonhos do semblante de uma criança...
~
Somos todos almas perdidas
E perdidos olhamos pela janela
Por ela vemos que a cidade está ferida
Mas o sol ainda amanhece nela...
~
Amanheceu na cidade
Não percebi o sol clarear por entre os muros
Esqueci com o tempo de sua idade
E teu nome eu não grito, só sussurro...

 
Autor
marco_ramos
 
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Enviado por Tópico
Paloma Stella
Publicado: 12/07/2007 12:52  Atualizado: 12/07/2007 12:52
Colaborador
Usuário desde: 23/07/2006
Localidade: Barueri - SP
Mensagens: 3514
 Re: Amanheceu na cidade
O sussurro de um nome, num amanhecer da cidade.
Bom seria esse amanhecer, na cidade dos homens que seguem a caminhar livremente. Ao contrário do que imaginei, pois a cidade cresce, a dificuldade aparece.


Soberbo seu poema. Lindo demais.

Beijinhos