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sem número

 


. façam de conta que eu não estive cá .





queria dizer-te: não chores amanhã. mas já é amanhã e choras, na minha memória aos tombos. não te deveria ter perdido, não; agora não sei como inventar-me um futuro. onde estás. e se estás que de ti fizeram os rios na água. que te escreveram no céu em vôo os pássaros. que a terra girou até desapareceres e que a linha do horizonte te comeu. que este não saber sequer de ti ao menos me devolvesse o teu sorriso. queria acreditar que estás, que te encontras, que não há dentro de ti nenhuma tristeza, que em vez dela te cresceram flores no coração.
dizes-me:

 
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Margarete
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Enviado por Tópico
jaber
Publicado: 04/02/2010 22:15  Atualizado: 04/02/2010 22:16
Membro de honra
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 Re: sem número
os dois pontos prenunciam uma certeza de resposta às duvidas colocadas. houvesse sempre essa certeza...

beijo Mar

Enviado por Tópico
Moreno
Publicado: 04/02/2010 22:17  Atualizado: 04/02/2010 22:17
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 Re: sem número à mar
não sei o que te dizer, mas o sorriso surgiu

beijo

Enviado por Tópico
Alexis
Publicado: 04/02/2010 22:18  Atualizado: 04/02/2010 22:18
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Localidade: guimarães
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 Re: sem número
sabes que tudo o que a gente inventa é sempre melhor e pior do que a realidade não sabes?maldipos "gaps".são espaços de fantasia.

fantasiemos antes as presenças.elas bem que precisam de ser fantasiadas.sob pena de não valerem a pena ser vividas.

ou então...sim.podemos também escrever.
(e como...como escreves.)

muitas vezes ouço o silêncio.e aí é quando a loucura é maior.deixaste-mo aqui.mais uma vez,para digerir,no fim do texto.

...

Enviado por Tópico
Caopoeta
Publicado: 04/03/2010 01:56  Atualizado: 04/03/2010 01:56
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 Re: sem número a mar
Sempre vivi o pânico todas as vezes que te comentava, tinha esta escrita réptil, esguio para os buracos que se encontram no meio das pedras, sim, porque existe esta vontade de chorar flores no lugar do coração, é como agora te entendesse, no mínimo faço este esforço, que afinal não é esforço nenhum, és como as pedras que são, as que são, belas e como as flores no esplendor da primavera. Escreves, como quem me olha, como quem tem facas escondidas dentro da pele, dentro da carne, cortando-a carne e depois a pele. Uma vez contei-te uma história das sereias a cantar. Queria que fosses tu, se eu morrer no fundo do mar, afinal seria no teu navio gaivota que voa lento que queria morrer. Dir-te-ei que tenho uma paixão por ti, desde os primórdios, desde sempre, desde a tua existência, desde que a soube. E sabe-me bem agora falar sobre isso, falar, seguir o rastro, o teu, e deixar que a memória trate do resto, que o construa. Vezes houve que um coagulo escrevia uma canção nocturna para te dedicar, não saberia eu que a noite vem me buscar para te ler. Ainda bem que aqui estás, para mim. Ainda bem que sobram sílabas lume que relatam melancolia de um coração ao abandono, Marguerete.


Um beijo.