Poemas : 

ALENTEJO

 



Janelas coloridas abertas ao sol
paredes caiadas
de um branco puríssimo
portas em abóbada
lembrando outras histórias
souvenirs pendurados na parede.
De estradas empedradas
tu és feita
ó aldeia portuguesa
e enfeita-te a tarde
na mansidão das planícies
no sossego
de teu apego
à terra.
Candeeiros e iluminarias
realçam o azul do céu
animais percorrendo
tuas ruas estreitas
carregam alforges
e carroças de madeira
o poema que se perde
nas horas
de um entardecer
no fim do horizonte –
linha paralela
com seus trigais,
suave brisa nas espigas
enquanto anoitece
e a poesia acontece.
E as crianças e os cães
saem à rua
para correr e saltar
entre as searas
de teus planaltos
iluminadas as eiras
pela luz da lua
uma coruja parada
pia baixinho
junto ao sino
da igreja bonita
que os aldeões
ajudaram a erguer.
E antes da ceia
no chão a ajoelhar
reza-se pelo pão
fermentado
por mãos calejadas
amigas e familiares
que sabem da seiva
com que nasceu
este poema.

Jorge Humberto
05/02/10

 
Autor
jorgehumberto
 
Texto
Data
Leituras
945
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
2 pontos
2
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
Avozita
Publicado: 05/02/2010 22:31  Atualizado: 05/02/2010 22:31
Colaborador
Usuário desde: 08/07/2009
Localidade: Casal de Cambra - Lisboa
Mensagens: 4529
 Re: ALENTEJO
Gostei deste passeio por uma
aldeia alentejana.
Sou alentejana de nascença,
mas lisboeta desde os dois anos,
com muita pena minha.
Adoro o alentejo
Abraço Jorge
Antonieta

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 06/02/2010 00:02  Atualizado: 06/02/2010 00:02
 Re: ALENTEJO
Alentejana por adopção tinha que comentar este teu poema, o Alentejo é um sitio único e mágico, cheio de cores e fortes sabores, s´´o quem por cá passa é que sabe,

Os meus parabéns pela poesia,

beijo