Poemas : 

sem número

 


. façam de conta que eu não estive cá .



podia inventar-te um país
qualquer sol que nascesse agora
uma mão a segurar o tempo
para sempre

podia
inventar-te
um corpo

podia eu trazer-te outras águas
qualquer mar que te amputasse os braços
um só momento para abraçar-te
nunca mais

podia
trazer-te
outra vida

mas olha
não sei de outra vida
nem desta
nem sei se há países ou mares
se é fácil carregá-los ao colo

sei de nós
tristes
e saber-nos assim dói
muito





amanhã ainda és?

 
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Margarete
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Enviado por Tópico
Alexis
Publicado: 07/02/2010 22:05  Atualizado: 07/02/2010 22:05
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Localidade: guimarães
Mensagens: 7238
 Re: sem número para mar
a dor deve ser aceite e caminhar de mãos dadas com o amor.o barco da felicidade é difícil de remar.quem disse que era fácil?...

um poema tão belo,que até dói.faz bem,faz mal.como tudo o que é importante na vida.é belo sobretudo.

como a vida.a vida é uma puta bela.bela e dura.

Enviado por Tópico
poesiadeneno
Publicado: 07/02/2010 22:17  Atualizado: 07/02/2010 22:17
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Usuário desde: 27/06/2009
Localidade:
Mensagens: 1405
 Re: sem número
Margarete,


Belíssimo poema.
Grato por partilhar.


Abraço

Enviado por Tópico
Moreno
Publicado: 07/02/2010 22:21  Atualizado: 07/02/2010 22:21
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Localidade:
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 Re: sem número à mar
a tristeza quando sincera é doloroso, demasiado...

ler-te é um mergulho, profundo...

beijo

Enviado por Tópico
RoqueSilveira
Publicado: 07/02/2010 22:44  Atualizado: 07/02/2010 22:44
Membro de honra
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Localidade: Braga
Mensagens: 8096
 Re: sem número
Muito bonito este poema que fala a quem está triste na tentativa de partilhar a tristeza.
Beijo

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 07/02/2010 23:06  Atualizado: 07/02/2010 23:06
 Re: sem número
Como sempre é muito gratificante ler-te. Continuas exelente como sempre, embora triste este teu poema é de uma rara e original beleza,

um beijo

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 08/02/2010 10:35  Atualizado: 08/02/2010 10:35
 Re: sem número
não precisas de inventar um país, tens este, vive-o... é imperfeito como se sabe, mas está aqui...

gostei desta peça poética, algures entre o presente e o real e objectivo e o imaginário e surreal...

continuas a escrever melancólicamente bem.

bjs.