Sonetos : 

«« Cair da noite ««

 





Se eu dissesse que não tenho saudades
Mentia, não te mentia a ti, iludia-me a mim
O dia parece maior, as flores murcharam, enfim
Como murchou o rir daquela que conheces

Mas, porque haveria de rir, talvez penses
Porque as mulheres devem rir, imagino-te sim
Olhando o dia desgastado, venha depressa o fim
Que a noite caia, e um apagão destrua as cores

Que envolvem a cidade, talvez encubram
A gélida realidade, a tua, e quem sabe a minha
Que o escuro tape o lado funesto, que cubram

As estrelas que teimavam em cintilar
No meu olhar, aquele com que te olhei
Ao mesmo tempo em que entreguei o meu acreditar

Antónia Ruivo


Era tão fácil a poesia evoluir, era deixa-la solta pelas valetas onde os cantoneiros a pudessem podar, sachar, dilacerar, sem que o poeta ficasse susceptibilizado.

Duas caras da mesma moeda:

Poetamaldito e seu apêndice ´´Zulmira´´
Julia_Soares u...

 
Autor
Antónia Ruivo
 
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Enviado por Tópico
António MR Martins
Publicado: 11/02/2010 22:37  Atualizado: 11/02/2010 22:37
Colaborador
Usuário desde: 22/09/2008
Localidade: Ansião
Mensagens: 5058
 Re: «« Cair da noite ««
E é ao cair de cada noite que tudo acontece... aqui acontece poesia.

Belíssimo poema Antónia.

Beijinho


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 12/02/2010 09:41  Atualizado: 12/02/2010 09:41
 Re: «« Cair da noite ««
Perguntaria
(a ti ou à noite)


perguntaria
se não temesse
o outro lado da palavra
perguntaria
se não cruzaste a minha solidão
perguntaria
porque não tens nas veias
o meu sangue
se tudo em mim
de ti me faz irmão

perguntaria
se a minha ausência
em ti não te doeu
se a noite não dizia
que o eu és tu
e o tu sou eu

Beijo
José Brás