o mundo

palavras são conceitos,idéias visões.nada permanece igual.tudo muda.tudo muda.às vezes de forma tão lenta que ninguém percebe.uma revolução nas mentalidades avizinha-se.não estaremos cá para ver.mas uma nova ordem estabelecer-se-á.e as palavras,a ordem pela qual são agrupadas, terão mais uma vez um papel primordial.nisto acredito,mais do que no fim do mundo.

beijo

sim.decifrar é difícil.vamos apenas interpretando à luz de idéias sempre imperfeitas.a História é ela própria feita de interpretações que vão mudando.esculpimos a pedra,sim.com palavras que transportam idéias e depois se traduzem em posturas,acções,organizações...é fascinante observar a capacidade que o mundo tem de se re-inventar.neste momento parece-me que está prestes a hora de nos re-inventarmos de novo.o mundo tal como foi pensado e é vivido actualmente está a entrar em colapso.

abraço

independentemente do que eu e tu possamos preferir, o mundo muda e novos conceitos e visões se instalam.e sim,novas idéias têm sempre oportunidade de se instalar.tanto têm oportunidade que o mundo tem vindo sempre a mudar e vai continuar ao longo dos tempos.eu só estou a aqui a constatar como observadora algo do que penso da história e do mundo.e do papel da palavra.de como elas carregam consigo esse potencial criativo .ou melhor, a fazer com que se reflicta sobre isso...
obrigada por leres,massari.
abraço para ti

alex

eheheh...ó arfemo...por as palavras serem "soltas" como dizes e muito bem,detentoras em si mesmas de um certo potencial criativo é que te falo de nova Ordem.repara que refiro as palavras como portadoras de idéias,visões do mundo,conceitos.não só surgem novas palavras ao longo do tempo como os significados delas se vão alterando.e quando se juntam em textos,sob uma determinada ordem,são em si a semente de muitas mudanças.as novas ordens sucedem-se ao longo do tempo,como bem sabes.o mundo muda.sempre mudou e continuará a mudar.ou não?não sou eu que decido isso,nem tu.pura e simplesmente acontece.
não pretendi desprezar o passado (o pergaminho) com esta minha reflexão.muito pelo contrário.
ui...muito teríamos que falar sobre isto para nos entendermos plenamente.mas aqui é difícil.

beijo!
alex

entendemo-nos perfeitamente, mas eu dei um salto no meu raciocínio: a "nova ordem" que repudiei não era o das palavras, mas a outra 8e essa é que eu não quero novamente)...

quanto ao potencial das palavras, estou de acordo contigo, e o processo criativo é contínuo (e o tempo não está para Manifestos, uma vez inaugurada a era da sujectividade)

bom o teu texto, deu para se "trocarem umas ideias obre o assunto", como diria o Mário de Carvalho.
-:)
bj

se falei em nova ordem,é porque queria dizer nova mesmo.nunca um retorno ao passado.

sim, um novo paradigma se começa a instalar.acho que ainda não o entendemos bem,dada a nossa proximidade dos eventos.mas tento ver as coisas com algum distanciamento abstracto.

acho que novos conceitos e visões do mundo vão resultar numa nova ordem mundial e da organização da sociedade no futuro.sinto que os velhos paradigmas caducaram ou estão a caducar a olhos vistos.

bj

acho realmente que há um desajuste entre o "funcionamento",a organização do mundo actual,e a nova visão que as pessoas vão tendo dele,os seus anseios...por isso acredito que esta era,que começou ou foi impulsionada certamente com a revolução tecnológica está lentamente a transformar o mundo,a obrigar ao "colapso" de velhas estruturas e a exigir novas soluções.e as novas soluções,a tal nova ordem de que falo,escrita no velho pergaminho já em si contendo história,vai fazer dele um palimpsesto.isto é ,a história voltará a ser re-ecrita...e que papel desempenharão as palavras?que novas idéias virão contidas nelas?como se ordenarão para de novo ordenar o mundo?que mundo novo surgirá daí?
foi mais ou menos por aí que divaguei...acho o assunto fascinante.

bj
alex

ora antonius.não diga isso.então eu sou uma "atrevida"!risos...
todos nós temos "altura" suficiente para entrar nos assuntos,sem necessidade de nos sentirmos inseguros.pois que eu saiba todos temos uma cabecinha pensante e não há mal nenhum em usá-la e expandi-la através da troca de idéias. a sua pelo pouco que lhe conheço é bastante rica e bem-vinda à discussão.eu aprendo por aqui todos os dias com muita gente.se quer que lhe diga hoje mesmo no café do bairro em conversa com um simples camionista e a senhora que está ao balcão falamos deste mesmo assunto,embora por outras palavras.e foi um conversa extremamente enriquecedora.e agora vem me dizer "que não está à altura"?
às vezes quando exponho aqui pensamentos ou até alguns poemas o meu objectivo principal é aprender.saber de diferentes opiniões,análises,contra-propostas.para isso também servem ,ou deviam servir,os comentários.não acha?mas também respeito a sua decisão de apenas pensar melhor sobre o assunto e abster-se.

beijinho grande

mmm...referes-te a quê exactamente quando falas de "desordenação"?referes-te às sucessivas tentativas de "ordenar" feitas ao longo da história e de nenhuma delas ter sido "perfeita" ou satisfatória?ou achas que cada vez mais, e paradoxalmente, o mundo caminha para o caos,na tentativa de ordenação do mesmo?isto é:à medida que a civilização avança o mundo está cada vez pior?mais caótico em certo sentido.será isso?
és daqueles que pensa que caminhamos então para o fim do mundo?e se fôr,com que soluções avançarias para o evitar,se é que as há?

beijinho
vou voltar aqui para te ler..estou curiosa.
alex

demorei mas aqui estou.
falei-o literalmente. donde vem este clamor cíclico por novas ordens senão do desalinhamento de muitos! concordo plenamente que se procure a mudança, a árvore da evolução só pode crescer assim, mas cresce se não apagar as raízes. não procuramos continuamente pelos vestígios apagados do passado? o simples acto de apagar é despertar a curiosidade humana e sem fontes concretas acender a imaginação. não estará a imaginação dos descontentes adulterada à partida? e quão poderosa e falaciosa pode ser?
apesar de insatisfeito faço orelhas moucas aos arautos da desgraça, acredito que só a natureza pode fazer o caos pelo caos, nós como seres sociais e pensantes, somos natureza e por isso tudo indica sermos capazes do caos, mas também somos cultura e isso dá-nos a responsabilidade de lhe reconhecer os indícios e a capacidade de lhe arranjar alternativa. já vivemos muitas épocas de fragilidade de valores, já caminhámos inúmeras vezes para o caos. acredito que só conseguiremos reduzir estas perturbações carregando os nossos pergaminhos, a nossa tecnologia até nos ajuda neste aspecto. agora, em que sentido deve ser o nosso próximo passo? creio na educação. ensinar que o maior tesouro de uma espécie pensante é o conhecimento. ensinar que o maior tesouro de uma espécie social é o bem de todos. claro que não se pode impor um sistema educativo assim em dois dias e fazê-lo global em quatro, mas todas as revoluções têm um ponto de partida e quem sabe se não poderia ser um país pequeno a mostrar esse caminho que não tem tanto a ver com a quantidade de recursos, bastava para isso a vontade de ser bem sucedido. e quem sabe se um dia não se aboliriam os países e o nosso orgulho fossem as tradições da nossa região que é o mundo inteiro.

relendo agora está tudo muito confuso e creio não responder a tudo que esperavas mas espero que vislumbres uma pequena ideia do meu pensamento.

bjs

eheheh...obrigada!sim...está algo confuso.mas tem idéias muito válidas.para mim uma educação de âmbito mais "humanista",por assim dizer,mas com dados novos, pode e deve ser tentada.mas não se educa só na escola.todos devemos ser agentes promotores de uma nova mentalidade que o mundo clama.

beijo
alex

sim.já és a segunda que me fala da era da "subjectividade".é verdade que hoje em dia pomos tudo em causa,sabemos que tudo é subjectivo,temos poucas referências,dogmas,crenças,ideologias...mas isso não será consequência do facto de estarmos a viver um mundo no qual já não acreditamos?da nossa insatisfação perante as respostas que a sociedade actual e a sua organização dá aos nossos anseios?apesar de sabermos hoje da subjectividade das coisas não estaremos um pouco perdidos por aí?sem rumo?não precisaremos de acreditar numa qualquer nova solução?num caminho?esse caminho poderia ter como base o pressuposto de que tudo é subjectivo.mas isso não basta.como se deve então organizar o mundo e a sociedade face a esse novo pressuposto?e a outros,se calhar...também pertinentes.como por exemplo:uma sociedade de cariz materialista é incapaz de ser justa e de fazer o Homem feliz.
achas que rumamos para o apocalipse?

obrigada,vania.

alex

Não sei...
Vivemos em uma era amendrontadora e cheia de perplexidades em que novos conhecimentos são produzidos a um rítmo cada vez mais acelerado.
Estamos tentando decifrar esses novos conhecimentos e os padrões culturais que dele emergem.
A vida é uma pedrada e o mundo queima. Quam vai tomar o pulso do mundo? O apocalipse? Dois terços da humanidade passam fome e um terço come mais do que devia. Criaremos consciéncia de desenvolvimento e subdesenvolvimento?
Hoje os Europeus estão cada vez mais ricos e nós, cada vez mais pobres. Quem previu que o fosso entre ricos e pobres seria de 1 para 10 em matéria de renda, foi modesto.
O fosso entre EUA e o Haiti por exemplo é hoje de
1 para 100.
No fim do século existem 348 pessoas que possuem mais de i bilhão de dólares e que juntas possuem 45% do total da riqueza do mundo.
Se quisermos ser igual a Cristo, ou sermos pobres concretamente como Ele foi, ou então seremos maiores que Ele.
Os antropólogos fizeram o quadro das fases da humanidade. Elas são batizadas pelo progresso da tecnologia. Cada grande invenção inaugura uma nova fase da vida humana. Um milhão e meio de anos para a primeira fase, a do Seixo Rolado. Depois vinha o Poleolítico que durou 500 mil anos,
baseado na invenção do machado de pedra lascada. A seguir o Neolítico, período do machado a pedra polida, uns 50 mil anos. Depois veio o período agrário baseado nos instrumentos de ferro, durou 10 mil anos. e foram só 200 anos para industrialização. E agora a 2ª revolução industrial, impulsionada pelos computadores, tem quase 50 anos mais intensamente do que todos os períodos juntos. E de fato aí esta.
Em 1988 o New York Times noticiava o efeito estufa, mas já sabíamos disso há anos, mas só naquele ano chegou à opinião pública.
A revolução das mentalidades e não o comunismo, foi o maior obstáculo para o crescimento do capitalismo tanto nos EUA como no mundo inteiro.
A economia ilegal é agora a economia mais importante do mundo. È a que manda na economia formal.
Em plena crise de 98, saiu dos países emergentes 1,5 milhão de dólares, dinheiro embolado pelos países ricos. Os donos do dinheiro tem o poder de causar períodos de expansão e de recessões economicas de acordo com os seus interesses.
E as nações são impotentes à sua pressão. Somos todos hoje, reféns.
Estamos aqui, perdidos ou não continuando o que começaram.
E como voce é o que voce pensa, acaba fazendo com que aquilo aconteça.
È pouco. È muito, muitíssimo pouco, mas está crescendo. A impressão que tenho é que desde que nasci caminhei pelo deserto e agora estou começando a ver os contornos da Terra prometida.
É muito provável que não entre nela porque só entro junto com todos os outros.
Mas já sei como ela é.
E valeu a pena ter vivido só para ver os seus contornos.
E fico olhando, olhando...

Bjs

vaninha...gostei muito de te ler."e como você é o que você pensa,acaba fazendo com que aquilo aconteça" ...esta frase é sem dúvida para se meditar sobre ela.
sim...infelizmente vivemos num mundo em que é a corrupção que manda nele.há uma mentalidade que precisa urgentemente de se modificar.difícil de combater...tem muito a ver com valores.com desenvolvimento do espírito crítico de cada um.com educação.mas que educação temos?às vezes a noção da subjectividade das coisas pode funcionar de um modo preverso.dar azo a que tudo seja válido...mas de facto,nem tudo é.não é válido que o mundo viva debaixo de tão profundas desigualdades .e não é válido que seja o dinheiro a comandar o mundo.e não é válido que as "ideologias" continuem a existir apenas na aparência e sirvam de capote para a corrupção e o exercício de um poder sem qualquer humanismo implícito.são apenas fachadas o que temos.

beijo grande

alex

mariaa.propões então uma renovação,no fundo,de atitude do indíviduo perante o mundo.mas este "nós",aí é problemático...o indivíduo está inserido numa sociedade.uma espécie de malha que o condiciona.como deverá ou poderá organizar-se o mundo de forma a permitir a existência generalizada de pessoas com essa atitude de que falas?o que teria de mudar radicalmente?
já vi que o fim do mundo é um cenário que colocas como hipótese.
também aludes de certa forma ao tema da reencarnação (embora tenhas falado apenas de morte e renovação em termos simbólicos).
são dois temas actualmente muito recorrentes no discurso de muitas pessoas.é interessante verificar isso.acho que é revelador da sensação de colapso das estruturas que o Homem actual sente.
beijinho mariaa.
muito gosto em ter-te por aqui.

alex

Nós nem damos por isso na maior parte das vezes, mas tudo muda a cada segundo a cada instante há algo que morre e que renasce na natureza e em nós. Vivemos numa rotina instalada e não é por a sociedade ser assim ou assado que não se faz nada, é porque a maior parte dos individuos não faz parte activa da cidadania e o que aloguém decidir está bem decidido, só para não ter que se dar ao trabalho de ir para a rua protestar. O conforto de cada um é mais iumportante que fazer algo para mudar o mundo. Mas também que ideia esta de se mudar o mundo com acções de rua e protesto contra os governantes, que são eles que têm a última palavra a dizer? E também é verdadade que o que agrada a uns desdagrada a outros... Enfim, só quando vier a próxima glaciação o mundo então começará do zero, e será que o exemplo deste mundo não fará que nasça um mundo melhor? Mas como ainda espero viver muitos anos, agradecia aos jovens que no amanhã vou ter importantes decisões sobre o mundo que decidam da forma mais justa e equilibrada para todos os seus habitantes sem excepção!

N Beijos e mil abraços siderais da amiga ao dispor
Mariaa
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