Sonetos : 

 
Se eu pudesse encontrar o fio da meada
Nesse intrincado nó. Tranqüilo desfazê-lo.
Trazer a linha toda ao corpo do novelo
E a trama, novamente, começar do nada.

Poder fazer de mim o meu próprio modelo.
Usar o que aprendi em cada tricotada.
Traçar o fio, então, de forma apurada.
Fazer o meu melhor do hálux ao cabelo.

Saber exatamente o ponto a ser usado:
Trançado, retilíneo, fixo ou cruzado,
Nas pregas do bordado, cós... em cada dobra.

Pudesse ser assim e tudo então seria
Na vida, certamente, como eu gostaria,
Mas sábio Deus, por fim, nunca deu asa a cobra.


Frederico Salvo


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FredericoSalvo
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 21/02/2010 22:47  Atualizado: 21/02/2010 22:47
 Re: Nó
Saudades de te ler amigo!
Não sei falar de formas, mas sei dizer que senti a poesia e em mim fica a beleza e a importância dela!
Um forte abraço
Boa semana!
Edilson


Enviado por Tópico
Sterea
Publicado: 22/02/2010 07:21  Atualizado: 22/02/2010 07:21
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 Re: Nó
Magnífico soneto, com alma, fluência e sonoridade perfeita. E um remate de ouro.

Um abraço!


Enviado por Tópico
poesiadeneno
Publicado: 22/02/2010 11:48  Atualizado: 22/02/2010 11:48
Colaborador
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 Re: Nó
FS

É urgente desfazer o nó.

Apreciei.


Abraço