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Memórias da infância: Festas da Padroeira

 
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Doces tempos que se foram
à lembrança ternos retornam
como se passado e presente
se juntassem, por um instante

Nas brincadeiras de roda,
na correria dos pique-esconde
racha-dedo, futebol com bola de meia,
mira certeira na búlica, com a bola de gude

Nas festas da padroeira,
na disputa das prendas,
do jogo de latas de óleo de oliva,
à conquista dos prêmios nas pescarias

O tempo foi assim passando,
e a meninada toda crescendo,
gente miúda querendo gente grande ser,
pra algum trocado finalmente ter.

Do que fica da infância,
do espírito puro da criança,
pra esta vida de gente adulta?
que por pouca coisa tem raiva e briga,
quando não mata...

e depois, vai pedir clemência à padroeira
esquecida santa da misericórdia, devoção
agora não mais em festa, em oração
no que se transformou a criança de outrora...

AjAraújo, o poeta humanista, escrito em fevereiro de 2010.

Imagem: Igreja de Santa Terezinha, em Santanésia.
 
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AjAraujo
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