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ESTOU FELIZ (REEDITADO)

 
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Ontem, estive no alto da Montanha
Admirei a Lua as estrelas e o infinito
E então nessa imensidade tamanha
Lancei um grito, um verdadeiro grito.

Ouvi o eco que me trouxe a minha voz
Aquela que eu não queria que voltasse
E ficasse tão simplesmente entre nós
Que desse a volta o mundo e o abraça-se

Dizendo quanto é lindo o nosso planeta
Mas que é habitado por tanta gente bizarra
Há os que fazem as leis com uma caneta
Depois não as respeitam e vão para a farra.

Depois há os inteligentes e os instruídos
Estes carregados de livros como os burros
Quantos em inteligência são tão contidos
Que mesmo falando as palavras são zurros.

Sou tão feliz por só ter a escola primária
Assim não tenho a mania de ser superior
A altivez não é nem será minha proprietária,
Para todos tento dar o melhor do meu calor

A. da fonseca




SOU COMO SOU E NÃO COMO OS OUTROS QUEIRAM QUE EU SEJA

Sociedade Portuguesa de Autores a Lisboa
AUTOR Nº 16430
http://sacavempoesia.blogspot.com em português
http://monplaisiramoi.eklablog.com. contos para as crianças de 3 à 103 ans
http://a...

 
Autor
Alberto da fonseca
 
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Enviado por Tópico
Alexis
Publicado: 24/02/2010 15:50  Atualizado: 24/02/2010 15:51
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Usuário desde: 29/10/2008
Localidade: guimarães
Mensagens: 7238
 Re: ESTOU FELIZ (REEDITADO) para alberto da fonseca
volto à carga. o senhor tem alguma coisa contra a instrução e a inteligência?

alex



Enviado por Tópico
Moreno
Publicado: 24/02/2010 15:56  Atualizado: 24/02/2010 15:56
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Usuário desde: 09/01/2009
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Mensagens: 3482
 Re: ESTOU FELIZ (REEDITADO)
Certamente que o Governo não percebe nada da vida, pois obriga as crianças a estudar até ao 12º ano. Burros carregados de livros durante 12 anos, no mínimo, é dose! E muitos são até masoquistas, pois ainda vão para a faculdade carregar livros.




Enviado por Tópico
antóniocasado
Publicado: 06/03/2010 15:23  Atualizado: 06/03/2010 15:23
Colaborador
Usuário desde: 29/11/2009
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Mensagens: 1656
 Re: ESTOU FELIZ (REEDITADO)
Ola

Concordo com a intencionalidade do texto pelas razões que passo a explicar:
1º Não existe nenhuma referência contra os estudos sejam de que for. Mas o poeta em causa procura antes de mais relevar alguns pseudo intelectuais que munidos de livros de burroligia aplicada e compulsiva que têm a desfaçatez de não saberem ler, terem ideias erradas do que não entendem e por vezes com laivos de má criação.
2º Não pretende o poeta desmoralizar todos aqueles que de boa fé e boas intenções escrevem poesia, ainda que mais e melhor, mas antes opinar sobre os que à força de não saberem escrever nada digitam diarreias intelectuais, levantam a cabeça e clamam-se a si mesmo doutores do poema. para esses dedico o meu poema POSTERIDADE com muito afinco e algum valor.
3ºQuando o poeta diz "Sou tão feliz por só ter a escola primária" não faz alusão ao analfabetismo nem à falta de instrução, nem a apologia de tal, mas antes tenta desta forma sublime demarcar um papel social na escrita, o seu, desvinculando-se do elitismo que por acaso também combato. Tanto assim que o poeta em causa termina o poema de uma forma clara "Para todos tento dar o melhor do meu calor". Penso que é sintomático com tudo o que disse antes.
4º Ao nos determos na escolaridade e noutros detalhes do poema, esquecemos versos como "E então nessa imensidade tamanha/Lancei um grito, um verdadeiro grito". Não será isto poesia? poderão obstar dizendo que a palavra imensidade até poderia ser substituída por imensidão, mas aqui entra o desígnio e o livre arbítrio do poeta.
5º O poema poderá não ter a riqueza metafórica dos "grandes poemas", também Aleixo não a tinha, apesar de ser um mestre da cultura popular e tão posto à parte como um bicho doente a precisar de intervenção cirúrgica,no entanto, quer queiramos ou não, era um poeta e a sua mensagem tem a grandiosidade do vento. A poesia popular continua a ser poesia. O afastamento do leitor tem levado ao caos a que se chegou. Não quero com isto dizer que relevo mais a poesia popular que outra qualquer, mas cada uma coma sua função e, como tal, deve ser respeitada.
Por isso, quando leio um poema, preocupo-me com questões tão simples como tentar entender porque foi escrito daquela forma e que está para além das palavras? É verdade, para além das palavras... coisa gira! Alguém já se preocupou com isso? Não vale a pena. A apologia da burrice traduz-se exactamente no facto de subtrairmos palavras ao texto e implicarmos nela o conteúdo da mensagem que entendermos. As comadres fazem a mesma coisa.

Subscrevo o seu poema.
António Casado