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INCÓGNITAS

 
INCÓGNITAS
Paulo Gondim
12/03/2010

O que sou? Senão esse ser inacabado?
Exposto ao destino
Num barco desgovernado
Que se joga ao mar, desfraldado
Diante do mar, um ser pequenino?

E o que é a vida? Ah, a vida...
Esse mistério indecifrável,
Ora se faz calma, ora perdida
No seu andar incansável...?

E o que é o tempo, senão nossas marcas?
Das dores diárias, do sofrer calado
De nossas angústias, de nosso pesar
E o tempo passa. Impossível contê-lo
Impossível não vê-lo
O tempo nos cobra, no seu caminhar

E o que é o sonho? Ah, o sonho...
Resumo de tudo. Um ponto no escuro
Que nos contraria
E em cada porfia, mais um desafio
Esfola-se a alma, rasga-se o brio
E o homem só, na sua utopia
Pergunta a si mesmo, na sua procura
De que vale a vida, de que vale o tempo
Se o que só lhe resta é sua loucura?






Paulo Gondim

 
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Paulo Gondim
 
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Enviado por Tópico
Nanda
Publicado: 13/03/2010 08:19  Atualizado: 13/03/2010 08:19
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Usuário desde: 14/08/2007
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 Re: INCÓGNITAS
Paulo,
A vida...um eterno questionamento. Essa loucura de que falas é o que mantém a gente vivos e sempre em busca de algo. Será que é a esperança?
Belo o teu poema.
Beijo
Nanda