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o bicho homem poético a mar

 
Tags:  ao luso-poemas  
 


Aglutinemos nossas almas, talvez possamos dar um pouco de alegria à nossa infindável tristeza.

Porque não lhe chamarei de umbigo ou outra coisa presa ao umbilical dos pensamentos
Dar-lhe-ei um nome bem mais peculiar como exemplo: bicho,
Serás a minha sentença como peça que falta encaixar para completar o suicídio deste raciocínio.
Nada mais estranho,
ter formigas percorrendo todo o corpo assistindo à mutilação do corpo ,este se expõe à mediocridade dos pensamentos.
Há quem lhe chame de louco, recorro, neste caso, à sua insanidade e a Foucault para melhor me associar a esta depreciativa arrogância.
Mais tarde, direi mesmo que nada corre nas veias dos armadores em amadores de consciências facultativas e experiências Artudianas, estas, as ultimas compreendidas como surrealistas, humorísticas e bem esplanadas numa big bifana que acabei de comer.
de resto, permitir que o registo, no seu maior e perceptível complexo aparelho mental, morre de uma carência medonha de morrer sozinho, tal o pensamento fragilizado pela curiosidade providenciada e peculiar.
Nunca tais toxinas aventuraram-se neste corpo de perfeita saúde poética,
Compreendo, claro está, que a analítica embriaguez do poema carne retorna à mesma significativa importância de dizer o que lhe convêm,
Neste caso, deveria ser o mesmo espelho subjectivo de quem bem escreve.
O bicho, contrariamente a quem nada diz, percorre como uma bússola e assombra aos grandes poetas da literatura portuguesa da actualidade, devemos escrever poemas de amor fácil, sem a dor de os transformar em dilemas.
Não creio na sua absolvição mas sobretudo no seu ímpeto reconhecimento.
Assim sendo, a palavra para além de ser usurpada é deturpada é feita de merda, aqui somos todos românticos juntos dos delírios dos toxicómanos à força de esperma nos umbigos dos mais atentos e perspicácia dos notórios da palavra sangue.
Todo o pormenor desta dúvida é subjacente no pensamento, que mais tarde viverei uma acusação dos mais puritanos, semicerrados anzóis das palavras livro.
Esta madeira é de luto!
Como promessa de uma nova esperança ou seja, uma cortina deveras rasgadas na ânsia de provocar qualquer ínfima razão, para causar alegria.
Quanto mais depressa se julga mais o buraco da ignorância se preenche e toma conta de quem se diz inocente. A verdade apenas resiste à sua tolerância se esta se afirmar sobre a verdade.
 
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Caopoeta
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Enviado por Tópico
Alexis
Publicado: 15/03/2010 20:11  Atualizado: 15/03/2010 20:11
Colaborador
Usuário desde: 29/10/2008
Localidade: guimarães
Mensagens: 7238
 Re: o bicho homem poético para cao
como me é intenso ler-te,cao...obrigada,por escreveres.keep on doing it.

abraço

alex

Enviado por Tópico
RoqueSilveira
Publicado: 15/03/2010 20:20  Atualizado: 15/03/2010 20:20
Membro de honra
Usuário desde: 31/03/2008
Localidade: Braga
Mensagens: 8102
 Re: o bicho homem poético
A verdade é bem mais visível quanto mais se tenta esconder mais ela ressalta. Não ver vendo é pura cobardia. Virar o bico ao prego também. Julgar é um acto de reflexão que deve ser séria, transparente, desarmada, mas lúcida.
Beijo

Enviado por Tópico
Margarete
Publicado: 15/03/2010 21:19  Atualizado: 15/03/2010 21:19
Colaborador
Usuário desde: 10/02/2007
Localidade: braga.
Mensagens: 1199
 o bicho homem poético ao cao
certamente sabes da minha loucura, da longevidade do que sinto, da penumbra do que espero, do nevoeiro, da cidade inteira, dentro ou fora. sabes. e sabes decerto que já não acredito em quem não é e que as coisas são tantas e tão perto que já não me distancio quanto devia. há pessoas que se comem e se maltratam, outras que se fogem e se vivem, muitas que se embelezam com palavras e ficam. sabes também em que pessoas me sou, que fundo o coração bate por ser poema e poema é ser antes e escrever depois, morrer para nascer. sabes. andei por lugares tempo demais, para saber reconhecer quem esconde e quem reconhece, para compreender de que lado da vida se matam os silêncios e adivinhar os gestos. tenho um esconderijo, longe, onde encontro os rostos que me fizeram, onde me encontro e antes perder-me aí, antes perder-me aí do que encontrar-me nestes lugares. sabes da quantidade de bichos que eu compreendo, do que fazem às vísceras, do que perco ao alimentá-los. não mais hei-de esperar que me chamem ou me aguardem os regressos. a espera é cíclica como a monção e a tempestade, como as estações. e os sentimentos também. um dia hei-de tornar credível o mundo, alimentar as árvores com gritos e suar terra, depois quem sabe não sejam só dois ou três os que acreditam em mim.

aquele abraço,
mar.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 15/03/2010 22:03  Atualizado: 15/03/2010 22:03
 Re: o bicho homem poético a mar
Continuarei a ler sempre o que escreveres.


"tolerância se esta se afirmar sobre a verdade"

Sabes Rogério, gosto desta palavra, ainda bem que terminaste com tolerância, foi assim que aprendi a gostar de te ler, foi assim que te vi para além das palavras.

Gostei muito do teu texto.

Abraço

JLL