Poemas : 

Juro que não morrerei

 
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Juro que não morrerei

(Ano 2008, Painel em caneta de prata e cristais sobre cartolina preta, 70x50 cm)

Já reguei a planta na sala e coloquei as chamas acesas dentro da lareira.
O Inverno chegou.
Dei por mim nos campos de milho que regavas para a ceifa.
As águas límpidas e claras das manhãs davam luz às violetas no crepúsculo e agonizavam de saudade.
Aqui jaz no céu o prementório claro do templo imenso da Luz Interna.
Aqui jaz minha vida tirada da imensidão absorta das noites sem dormir na imensidão dos corpos e das madrugadas.
Do norte ouço trombetas que clamam o meu corpo. Do sul as estrelas já nascem só para mim.
Agarro as noites cercadas de cetim e seda negra. Mato quem superar os sentimentos e disser que esqueceu o amor.
Já nada regressa da imensidão perdida dos sepulcros.
Hoje não me esqueci da água para regar o jardim.
Apesar da chuva que caiava nossas faces, vi tudo o que podias ter feito e chorei.
Não mais ventos, acalentados pelo perdão, jazem nas aldeias claras dos meus sonhos, agora,
que tudo se desvaneceu no tempo e vieram as ideias fazer destroços nos recifes da minha Alma.
Juro que não morrerei.
Jamais morrem os eternos.
Mas que temendo viver para sempre, terei os teus olhos como guias, e o sopro dos teus lábios como alarme,
quando me esquecer de me lembrar que ando perdido nas entranhas do mundo.
Jamais te esqueças de me dar guarida, quando vierem as noites negras e os monstros da noite fizerem da tua morada casebre e lar.
Jamais te esqueças de me afugentar as neves sempre que a minha visão não seja branca e de negro me vestir.
Jamais te esqueças de não me esquecer, sempre que junto ao Fogo Sagrado da minha Alma te encontrar e te perder.


 
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jomasipe
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