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SOLENIDADE

 
SOLENIDADE


Tão solene era a Marlene.
E nos olhos dela havia
qualquer coisa que envolvia,
que era triste e que sombria
deixava transparecer,
quando na troca de olhares
furtivos, subliminares,
se permitia ceder
ao encontro com o outro
que surpreso, no confronto,
não conseguia entender.

O que diziam seus olhos?
Que mistério era aquele
que escondia a Marlene
nessa luta tão perene
tentando se convencer,
que toda fragilidade,
brota sempre da vaidade
e de nossa faculdade
em querer sobreviver
às tristezas,desencanto
escondendo nosso pranto
na leveza, no prazer.

Parecia que queria
livrar-se dessa agonia,
se com alguém dividia,
mesmo que por um instante,
aquele olhar comovia,
e no mais,se não podia,
pelo menos parecia,
num ato de ousadia,
deixar-se enternecer.

E buscava em outros olhos,
mais alegres que os seus,
oencontro dessa chama,
que motiva, que conclama,
que nos anima a viver.

 
Autor
Salete Gurgel
 
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