Poemas : 

Transe

 
Vendi a alma por duas moedas e meia...
Não a um qualquer idiota de gravatinha
Ou a um faustoso impregnado de fastio.
Vendi-a a todas as letras que degluto,
À vida que levo roída de inveja e luto
Entregue aos vossos olhares de desafio,
À caneta que desliza em mim, mesquinha
Na pele gasta ensanguentada por sua veia.

Troquei o ar nefasto do campo pela cegueira,
Pelo odor pestilento que outrora me consumiu
Envolto em névoas, sob os corvos aqui poisados.
O brilho negro das estrelas guia meus passos
O vento balbucia meu nome em pequenos espaços
No calor sexual de dois amantes entrelaçados.
Sete sóis aclaram o dia lento, nunca se viu,
A terra treme como louca vida nesta fogueira.


A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma

 
Autor
Alemtagus
Autor
 
Texto
Data
Leituras
896
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
2 pontos
2
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
Amora
Publicado: 02/04/2010 00:58  Atualizado: 02/04/2010 00:58
Colaborador
Usuário desde: 08/02/2008
Localidade: Brasil
Mensagens: 4705
 Re: Transe
Uma amargura afoita e quase negra essa, que ao poema dá nome e corpo. Adorei! Um beijo pra você.