Poemas : 

o fantasma que vive sozinho com uma história aos quadradinhos

 


não tirem o vento às gaivotas - sampaio rego sou eu


acabei agora mesmo de afugentar a morte. trazia na boca a lembrança de um rosto que já não era meu – perguntei-lhe porque apareceu assim de repente. sem avisar. e com a última fotografia ainda por revelar – logo hoje que tinha em pensamento trazer à vida um pouco da vida de um fantasma – mora dentro de uma gaveta mesmo ao dobrar de uma esquina que tinha um sentido obrigatório. antes era uma rotunda. com canteiros de flores verdes de manhã e cinza pelo fim do dia – vive sozinho à muitos tempo. desde o tempo que uma parteira lhe deu uma palmada no rabo – acompanhava-o naquela gaveta bipolar uma pequena história aos quadradinhos. ajuda-o a passar o tempo sempre que não lhe apetece assustar alguém –cansado de ver a sua solidão. atravessei-me à sua frente e prometi-lhe que um destes dias talvez lhe fosse fazer companhia – bem sei que a gaveta é pequena, e tem uma história de trampa por companhia nas horas em que o susto é a vida. afiancei-lhe um visita para mais tarde, vou levar fósforos para incendiar os quadrados dentro daquela história. e os dois. quem sabe se seremos capazes de assustar a morte para o mundo dos vivos durante um ano estrelado
 
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sampaiorego
 
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