Poemas : 

Outras margens perdidas

 
Não há margem que resista
À filtragem do lodo morto
Pela tenacidade das águas

Não há rédea que persista
Na paragem do veio torto
Pela caminhada das mágoas

Não há que carpir desalentos
De um tempo que acabou
Perante o restaurar de um novo

Não há vestes nem paramentos
Ou tentáculos de quem usurpou
Pela calada tirar da galinha o ovo

Estratégias enumeram-se várias
De múltiplas causas e condições
Que ninguém ousa dissipar

Margens de manobra precárias
Repletas de insatisfações
Sem meios para as contrariar


António MR Martins

2010.04.12


António MR Martins
Tem 12 livros editados. O último título "Juízos na noite", colecção Entre Versos, coordenada por Maria Antonieta Oliveira, In-Finita, 2019.
Membro do GPA-Grupo Poético de Aveiro
Sócio n.º 1227 da APE - Associação Portugues...

 
Autor
António MR Martins
 
Texto
Data
Leituras
612
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
1 pontos
1
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
jessébarbosadeolivei
Publicado: 12/04/2010 13:25  Atualizado: 12/04/2010 13:25
Da casa!
Usuário desde: 14/09/2008
Localidade: SALVADOR, Bahia ---- BRASIL
Mensagens: 368
 Re: Outras margens perdidas
E UM VAZIO ABISSAL VAI PROGRESSIVAMENTE
NOS CARCOMENDO.