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O HOMEM QUE PEDIU PARA NÃO MORRER

 


A mão estendida não é mais um pedido de clemência
Farrapos expulsam
Causam não horror, mas uma gama de repulsa
Os dedos trêmulos são um gatilho
Que empunha o fuzil
O olhar distante que se perdeu entre o ódio e a compaixão.

Mais uma investida
Mais um pedido de socorro
Um homem-bomba, diria na Palestina
A voz amarfanhada
A mão estirada
Mais um infeliz solto como um animal
Nos últimos apelos na beira da estrada.

O fôlego arfante, as órbitas profundas
A garganta tarmuda, as palavras ausentes
Como é que se diz “amor”
Como se diz “deus”
Para sensibilizar
Para poder mostrar
Que não é um fora-da-lei.




JOEL DE SÁ
21/04/2010.




A mão estendida não é mais um pedido de clemência
Farrapos expulsam...


 
Autor
Joel Pereira de Sá
 
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Enviado por Tópico
Raule
Publicado: 22/04/2010 01:41  Atualizado: 22/04/2010 01:41
Super Participativo
Usuário desde: 23/09/2009
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Mensagens: 103
 Re: O HOMEM QUE PEDIU PARA NÃO MORRER
Um coração estendido, clemente por tua poesia tão bela.

Parabéns