Poemas : 

ARA-DOURO

 
Quem sabe a água que o meu rio-chora
Em vapores evolados e invisíveis?
Quem sabe quantas lágrimas tangíveis
Se libertam da terra amor-talhada
E condensam nos rostos que a laboram?...

Sei lá se o meu olhar inda erra-belo,
Sei lá se neste porto o ouro ancora,
Só sei que amor assim é sempre e agora,
Qu'esta terra já de si deu a mó-nada,
O grão, o sustento, e da pele, o velo...

Quem sabe até quando me é abriga-douro
O berço que me ornaram de veludo,
Onde cresço, sem espada e sem escudo,
Onde morro, a cada nova enxada-da
Escrita que lavro como tesouro...

E enterro, na eterna fé do D'ouro....


Teresa Teixeira


 
Autor
Sterea
Autor
 
Texto
Data
Leituras
848
Favoritos
1
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
12 pontos
4
0
1
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
Conceição Bernardino
Publicado: 04/06/2010 16:10  Atualizado: 04/06/2010 16:10
Usuário desde: 22/08/2009
Localidade: Porto
Mensagens: 3357
 Re: ARA-DOURO
olá Sterea,

bebi com fé deste magistral D'Ouro que nos lava o rosto.
belo

beijo


Enviado por Tópico
eduardas
Publicado: 04/06/2010 17:35  Atualizado: 04/06/2010 17:35
Colaborador
Usuário desde: 19/10/2008
Localidade: Lisboa
Mensagens: 3731
 Re: ARA-DOURO p/Sterrea
Que dizer? fiquei-me menos aqui a ver as imagens e a beber desse Douro, que tanto me diz.

bj
Eduarda