Textos : 

de

 
Tags:  ter um coração só  
 






. façam de conta que eu não estive cá .





duvido que te chames ocaso embora assim gostasse que fosse, e nesta dúvida reside a clarificação de qualquer coisa impune, como o amor. na superficialidade de que és feito dou pinceladas às cegas, tento a minha sorte, que de tão tentada já não vai a lado nenhum, estagnou. o coração é um membro gasto, que bate automaticamente, mecanicamente bombeia sangue para todo o corpo e, se não fosse este gesto repetido, diria que é um membro morto, morto de frio ou calor, morto de morte ou de vida e é, nestas pequenas contradições, que se começa a chorar. é o não saber, é o não estar onde, o fechar os olhos e arrastar o corpo para longe, o degular de ideias vazias e esperar que reproduzam efeito nos confins da alma. estamos todos incrivelmente mortos e nem sabemos, e gostamos de não saber, de habitar a ignorância de quem nunca recebeu afecto. somos feridos e ferimos de dentro para fora.




 
Autor
Margarete
Autor
 
Texto
Data
Leituras
745
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
3 pontos
3
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
TRIGO
Publicado: 01/05/2010 20:24  Atualizado: 01/05/2010 20:24
Colaborador
Usuário desde: 26/01/2009
Localidade: Cabeça-Boa - Torre de Moncorvo
Mensagens: 2309
 Re: de
...
olá mar

duvido que te chames ocaso
de habitar a ignorância de quem nunca recebeu afecto.
somos feridos e ferimos de dentro para fora.


O
teu coração só - sem o vestires
que te caia da mão! Há palavras
que nos vestem... Eu, incluo as
Tuas!



beijo

Enviado por Tópico
Carolina
Publicado: 01/05/2010 21:05  Atualizado: 01/05/2010 21:05
Membro de honra
Usuário desde: 04/07/2007
Localidade: Porto
Mensagens: 3422
 Re: de
é mesmo, gosto de te ler menina mar...

beijo

Enviado por Tópico
Caopoeta
Publicado: 05/05/2010 15:21  Atualizado: 05/05/2010 15:21
Colaborador
Usuário desde: 12/07/2007
Localidade:
Mensagens: 1988
 Re: de para
a tua ausência é o que mais me doí,e não duvido da palavra ternura com que brindamos a solidão e a noite .na tua ausência,soltei um pássaro;libertei-o para as nuvens,mas era frágil e estava sempre a cair no chão e o chão é duro como sabes.magoa-se e faz-se outra vez ás nuvens .queria aventurar-se .já nunca mais tive noticias dele.se porventura vires um pequeno pássaro azul com penas molhadas do esforço contra o vento.alimenta-o porque fez parte deste corpo.