Poemas : 

Os dedos da mão

 
O anelar do retrocesso
Deixou-se nortear
Para um caminho desconexo

O polegar comodista
Permaneceu sentado
Negando ser saudosista

O indicador caminheiro
Apontou o destino
Muitas vezes sem nexo

Ora o mindinho coitadinho
Alheou-se da compita
E reteve-se na descrição prevista

Já o médio o primeiro
Na sua dimensão
Fica sempre perplexo

E nesta movimentação
A mão se remete
À envolvência descrita

Mata-piolhos ou dedão
No sentido positivo
Apontador ou fura-olho
Fura-bolo é permitido
Pai-de-todos é o do meio
O maior e atractivo
Seu-vizinho o dissabor
De nunca ser servido
O mínimo ou o dedinho
Apresenta-se altivo
A mão os movimenta
Num acesso comedido


António MR Martins

2010.05.08


António MR Martins
Tem 12 livros editados. O último título "Juízos na noite", colecção Entre Versos, coordenada por Maria Antonieta Oliveira, In-Finita, 2019.
Membro do GPA-Grupo Poético de Aveiro
Sócio n.º 1227 da APE - Associação Portugues...

 
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António MR Martins
 
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Enviado por Tópico
jaber
Publicado: 08/05/2010 21:49  Atualizado: 08/05/2010 21:49
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 Re: Os dedos da mão
Muito imaginativo, muito bem.

Abraço António