Poemas : 

quae dolent ea molestum est contingere

 


. façam de conta que eu não estive cá .







tanta coisa te quis dizer quando não pude
nem soletrar silêncio seria dizer-te amor
até no mundo pari falas
diálogos inteiros
quase o saber dizer silêncio
às vezes soltava o coração deixava-o ir
talvez te encontrou um dia dizendo amor
a outra boca que não a minha
talvez ainda te encontre em silêncio amor
tanta coisa te quis dizer ao corpo
quando sepultaram as minhas mãos no teu peito
quando me enterraram nele o coração
que não dizer-te coisa nenhuma
nem isto
pudesse encontrar-te no não dito
como quem diz amor



 
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Margarete
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Enviado por Tópico
Alexis
Publicado: 26/05/2010 00:16  Atualizado: 26/05/2010 00:16
Colaborador
Usuário desde: 29/10/2008
Localidade: guimarães
Mensagens: 7238
 Re: quae dolent ea molestum est contingere para mar
"nem soletrar silêncio seria dizer-te amor"

...às vezes nem o silêncio é suficiente.nem ele é capaz de traduzir o amor, de tão avassalador que é.nem o silêncio,nem as palavras.

mas as tuas palavras alcançam a poesia.

beijo,grande.


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 26/05/2010 12:38  Atualizado: 26/05/2010 12:38
 Re: quae dolent ea molestum est contingere
"As coisas que a magoam tornam-se--lhe em sofrimento quando a atingem." (tradução livre de um curioso)
Este poema é espectacular!
Sentimento profundo dito, apesar do não dito do amor.
A comunicação permanece sempre unívoca, sem retorno e o sentimento acompanha-a absurdamente incomunicável nesta comunicação poética!
Lindo!
bjs
nuno