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Carta a Fernando de Heliodora

 
Por favor, enxergue em mim uma muralha a ser apedrejada, cheia de putas que em mim escoradas gritam meu nome, num sonho de divã louco que com metáforas expõe meus medos de que minhas putas internas se tornem mártires de uma solidão. Porra, Fernando, por que não acabar logo com essa imensidão que me cobre como uma claridade a engolir uma bela lanterna - qual é o preço da pilha dos meus nervos... ? Porra, Fernando, por que estamos fabricando nossa própria infelicidade nas caldeiras industriais da velhice solidificada ?

Sinto que perdi minha alma na busca de um tempo para fazer algo. E não consigo. Não consigo.



Úmero Card'Osso



Úmero Card'Osso

 
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