Poemas : 

SONETO DE JÚLIA

 
para a menina que conheci na barriga da mãe, hoje uma mulher - consagro.


flor da manhã invadiu o poema
é que me perdi nos caminhos de mim
e se vou ronco e durmo no cinema
é porque do filme não me importa o fim

não estou pra nenhum telefonema
a minha voz tão velha e rouca é ruim
tropeço na rima e fujo do tema
por que minha vida há de ser assim?

desregrada e sem qualquer noção da hora
e tropeço no escuro do meu verso
e chegando estou sempre a ir embora

fio de sonho nenhum mais tenho agora
a sós com meus fantasmas eu converso
deixo-te este soneto - e noves fora

_______________

júlio


Júlio Saraiva

 
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Julio Saraiva
 
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Enviado por Tópico
DianaBalis
Publicado: 28/05/2010 12:25  Atualizado: 28/05/2010 12:25
Membro de honra
Usuário desde: 23/07/2006
Localidade: Rio de Janeiro
Mensagens: 533
 Re: SONETO DE JÚLIA
Ao reverso do amor a menina de contém e alheio as vontades os desejos de ir além. Beijos, bom dia poeta em dó maior.


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 29/05/2010 16:52  Atualizado: 29/05/2010 16:52
 Re: SONETO DE JÚLIA
Júlio,

«e chegando estou sempre a ir embora», esse é o destino de quem procura ir sempre mais longe ou mais fundo, tanto na poesia como, aliás, na vida.

DM