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infinita sabedoria

 


não tirem o vento às gaivotas - sampaio rego sou eu


abri uma janela que sempre esteve aberta – fechei uma porta que sempre esteve fechada – matei uma galinha preta que sempre foi vermelha – ouvi música forró que afinal sempre foi fado – falei com um canário que era cão – desenhei um céu azul que sempre foi cinzento – contei asteriscos dentro de uma saca de feijões – meti um peixe a andar de bicicleta – tornei todas as mulheres lésbicas às quartas-feiras. necessitava de descansar – inventei um touro sem cornos. e no seu lugar plantei repolhos franceses – cortei um carvalho que já estava cortado há muitos invernos. era a lenha que me aquecia em noites de solidão – esta dualidade é inversamente proporcional à minha sanidade – oculta um pseudo-escritor. trazendo à escrita um louco que existe dentro de um bolso que guardo dentro de mim. tem um lápis feito de passas do algarve e o corpo revestido de penas. um dia terei asas. e voarei ao lado de todos os loucos que gostam de escrever a loucura de cada palavra – são estas putas que de noite me fazem pensar que um dia serei eu também capaz de inventar uma metáfora assassina – nesse dia. mato todos os advérbios de tempo. mandarei uma corda ao eixo da terra. e com um ponto de apoio. erguerei o meu ego para o topo de uma pilha de livros – depois. com asas de cera. mergulharei na infinita sabedoria
 
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sampaiorego
 
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Enviado por Tópico
Alexis
Publicado: 17/06/2010 21:11  Atualizado: 17/06/2010 21:11
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 Re: infinita sabedoria para sampaiorego
de sábio e de louco, alguns têm mais do que um pouco.eheheh.

...e como as escreves já.

Enviado por Tópico
Margarete
Publicado: 17/06/2010 21:22  Atualizado: 17/06/2010 21:23
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 in.fini.ta ao sampaio
és um infinito sabedor das coisas humanas. da saudade. eu escrevo sempre sobre ela. talvez um dia me encontrem esses livros que falas, se ponham em cima uns dos outros em pilha para eu me lançar delez abaixo. talvez então morra de uma forma serena.
que dizes?


um beijo,
mar.