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Leituras 16 – Sampaiorego

 
Nunca lhe comentei um texto, um único nem que fosse para lhe dizer que o leio: bem espero que depois não fique com aquela estranha sensação de que nada fiz para que ficasse por aqui, tal como ocorreu com a Egéria ou a Carla Ribeiro.

Sampaiorego trata amiúde um dos temas mais importantes da poesia, a morte, como poucos dos que aqui tive a oportunidade de ler. Há nos seus trabalhos também um travo irónico, muitas vezes a resvalar para o sarcasmo. Este tópico e este timbre dão-lhe os artefactos essenciais para o saber erguer um texto. Frases como: “tinha evitado morrer a um dia da semana – esta gente não perde fins-de-semana”; mostram bem da capacidade de observar este novo mundo em que vivemos, e transfigurá-lo em arte, em mensagem capaz de, embora dizendo somente, no outro ser catalisadora de uma nova mensagem.

Não há tempo a perder, o que há é tempo para ser aproveitado e vivê-lo, de preferência, tal como este autor nos quer dizer, pelo menos assim o leio, com a morte bem agarrada pela mão, tal como uma criança. Enquanto ela medir os seus passos pelos nossos, nós cá andaremos.


Xavier Zarco

 
Autor
Xavier_Zarco
 
Texto
Data
Leituras
1646
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Enviado por Tópico
Henricabilio
Publicado: 18/06/2010 06:09  Atualizado: 18/06/2010 06:09
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 Re: Leituras 16 – Sampaiorego
Faz sentido tratarmos a morte por tu
(afinal nada existe de mais certo) e, numa perspetiva análoga, tratar a Vida por "você".

Aprecio este trabalho pelas palavras dos autores, apesar de estar limitado a beber nas suas entrelinhas - nunca sabemos até que ponto o autor é fingidor.

Um abraçooo!

Abilo**


Enviado por Tópico
sampaiorego
Publicado: 18/06/2010 12:30  Atualizado: 18/06/2010 12:30
Membro de honra
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 Re: Leituras 16 – Sampaiorego
obrigado por fazer parte das suas leituras – genericamente concordo com a análise à escrita do autor – já uma vez escrevi a uma colega. que muito admiro. o seguinte: escrevo para estar mais perto dos que me compreendem – assim. continuarei a escrever em busca de todos aqueles que como eu descobrem diariamente a vida com os olhos na morte. na dor. nas memórias e na descoberta de novos caminhos para todos os “eus” que partilham o corpo do sampaio rego

abraço


Enviado por Tópico
Alexis
Publicado: 18/06/2010 17:58  Atualizado: 18/06/2010 17:59
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Mensagens: 7238
 Re: Leituras 16 – Sampaiorego
bem...eu só vim aqui dizer que o sampaiorego foi mais uma agradável surpresa que encontrei no luso desde o primeiro texto que lhe li.uma escrita inteligente,usando de ironia por vezes,plena de beleza muitas vezes,filosófica também,contemplativa,por vezes.uma escrita dialogante consigo mesma e com a dos outros,sem complexos ou grandes preocupações de fugir ao terreno das emoções humanas e das imagens cheias de simbolismo.uma escrita que trata do tema da morte,mas também muito(tanto)da dor, da vida.
tal como aconteceu com o caopoeta, a interacção que estabeleceu com a escrita da margarete foi (tem sido)das coisas mais deliciosas que tenho vindo a observar por aqui.enfim...pedras preciosas que brilham intensamente,pelo meio do,às vezes cerrado, nevoeiro...

abraços (e que neste dia de morte,falemos de nascimentos e crescimentos também)

Enviado por Tópico
Margarete
Publicado: 18/06/2010 20:24  Atualizado: 18/06/2010 20:24
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 Leituras 16 – Sampaiorego ao xavier e ao sampaio
creio que a sintonia entre mim e o sampaiorego é mais que evidente. não fossemos nós tão próximos dessa morte que aqui explicas. talvez porque longe de nós conseguimos manter os mesmos lugares de sempre. o sampaio é um dos meus escritores favoritos neste site, bem como o caopoeta, com ele já escrevi uma semana - nada combinado - e com ele seria capaz de escrever um ano inteiro.
é uma contínua surpresa aqui dentro. por ele venho aqui todos os dias e escrevo.

um beijo aos dois,
mar.

Enviado por Tópico
Nanda
Publicado: 22/06/2010 12:29  Atualizado: 22/06/2010 12:29
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 Re: Leituras 16 – Sampaiorego
Xavier,
Dei uma vista de olhos pelo magnífico trabalho que o Sampaiorego aqui publicou. Considero-o um "actor" com um imenso potencial para dar vida às palavras e criar arte em forma de eloquência escrita, onde não falta a crítica e o humor.
Beijo aos dois
Nanda