Poemas : 

Desmedida amargura

 
Prevalece a reclamação
Devolvida por defeito
Depois de tanta recriação
Mas sem qualquer proveito

Nas palavras que encantam
Pela origem duma mulher
E da música que elas cantam
Dê o tempo por onde der

Do preconceito da condição
Não se encontra o jeito
Talvez pela inquietação
Ou por singelo respeito

Outras formas se levantam
Apesar de não poderem valer
E assim muitos se espantam
Mesmo não querendo tal ver

A apatia pela insatisfação
Não permite andar escorreito
Deixando de haver solução
Para alinhar o que está desfeito

Por fim todos reclamam
Sem saber o que fazer
Têm ódio e já não amam
E vão para sempre sofrer


António MR Martins

2010.06.23


António MR Martins
Tem 12 livros editados. O último título "Juízos na noite", colecção Entre Versos, coordenada por Maria Antonieta Oliveira, In-Finita, 2019.
Membro do GPA-Grupo Poético de Aveiro
Sócio n.º 1227 da APE - Associação Portugues...

 
Autor
António MR Martins
 
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Enviado por Tópico
Vera Sousa Silva
Publicado: 23/06/2010 00:06  Atualizado: 23/06/2010 00:06
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Mensagens: 4098
 Re: Desmedida amargura
Gosto tanto deste poema António! Há alguns assim, que nos tocam mais e este é um deles, que vai comigo
Se todos amassem mais um bocadinho, tudo seria bem melhor.

Beijo grande Poeta