Poemas : 

S/título

 
Dizem que Abel caiu ao pés de Caim,
Qual mártir e fratricida unidos pelo sangue derramado.
E que Caim foi filho da Malvada Serpente que nos tentou a todos.
Tentou e conseguiu…
Mas ele vive na ponta dos esquálidos dedos do Mago
Que sara a pútrida gangrena dos olhos que o observam
– E que o vêem! Sara o Mago
Abrindo feridas com cuspo fechadas, fachadas
Com lágrimas e pus pintadas;
Rasgando as folhas da Árvore Primordial à incestuosa sombra
Da qual Adão e Eva se habituaram a deitar
(Ah, sim, a Humanidade é um animal de hábitos,
Hábitos sob os quais se escondem terríveis segredos,
Como falsos falos pingando salmos e recitando sémen);
Dançando sobre as falhas tectónicas do Paraíso Celestial.
Aos pés de quem cairemos nós? Eu escolho não perecer
Esmagado por titãs de pés de barro. Vem, Mago, lambe
E sara as nossas feridas…


Uma mão angelical afaga-nos o cabelo e toca-nos o sexo em cada momento de desespero…

 
Autor
AlexandreHomemDual
 
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Enviado por Tópico
Margarete
Publicado: 28/06/2010 17:32  Atualizado: 28/06/2010 17:32
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Localidade: braga.
Mensagens: 1199
 S/título ao homem dual
abrir feridas com cuspo é obra. eu mesma já tentei e não consegui, a única coisa que abri foi a língua, quando ao passar o cuspo na ferida esta me botou os dentes e ma rasgou ao meio. talvez agora seja eu a serpente de que falas. ando aqui para enganar meio mundo e estragar a outra metade. de qualquer forma, quer seja eu uma coisa ou outra há sempre a certeza de acordar amanhã de manhã, quando o despertador me apontar o ponteiro à cabeça.


um beijo,
mar.