Por mais que digas que não é por ti
Que espero. Sei que me amas, sim
Quão longa, a espera, não sei dizer.
Só que tudo será a nosso belo prazer,
E, quando nos amarmos, não sobrará
Pedra por sobre pedra, e o mais que há.
Somos dois românticos sem ter cura,
Numa tremenda e enorme desenvoltura,
Que nos faz dois pouco mais que loucos.
Combinemos pois caminhar aos poucos,
Num curso sinuoso de um belo rio
E atravessemos o mundo de fio a pavio.
Vestiremos as nossas melhores roupas,
Para atenuar estas vozes roucas,
De nos chamarmos insistentemente,
Como quem chama ardentemente
O seu ente querido e não obtém resposta,
Para a sua breve e intrépida proposta.
E, assim, dou por findo este poema,
Que correu limpo sem qualquer esquema,
Pois que o nosso amor não tem igual.
Jorge Humberto
03/08/07