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Pobre de ti amigo

 
Pobre de ti amigo...
Que confunde a fome com a vontade de comer,
Que confunde a vida, com a necessidade de viver.
Que tropeça em seus passos, nos pés cansados,
Próprios pés...Mas de caminhos escassos...
~
Pobre de ti amigo...
Que mora em casebres, entre outras palafitas,
São casas tão feias, casas tão esquisitas...
Com paredes de caixotes, telhados de papelão,
Com piso de chão batido, e cômodos sem divisão...
~
Pobre de ti amigo...
Que vive entre a ignorância e a razão,
E que já não entende o sim e o não...
Mas pena nas suas incertezas abundantes,
Perdido nas cenas de seus instantes...
~
Pobre de ti amigo...
Que mendiga seu pão sobre as calçadas,
Que sobrevive de moedas e mais nada...
Seguindo com suas roupas rasgadas ao frio,
E virando o lixo misturado ao meio fio...
~
Pobre de ti amigo...
Que bebe até o seu ultimo trocado,
Que anda caindo pelas ruas drogado,
E sendo marginalizado por sua condição,
De morador de rua, e homem sem instrução...
~
Pobre de ti amigo...
Que aceita a vergonha de ser si mesmo,
Que esqueceu de brigar por seu sesmo
Pois não se viu no tempo, pondo-se alienar,
Ficando velho, mesmo sem ver o tempo passar...
~
Pobre de ti amigo...
Que já não sabe se vive ou prefere não viver,
Deitado nas esquinas, com sua carniça a feder,
Nos narizes dos respeitados cidadãos,
Da cidade de mil pecados, mas sem nenhum perdão...
~
Pobre de ti amigo...
Pobre de tua mãe, de teu pai, e de teus irmãos,
Pobre de teus filhos, perdidos na contramão...
Destas ruas que lhes deixará como uma herança,
De quem não teve nada na vida... Nem esperanças

Uma mini-crônica sobre uma segunda chance

Eu queria poder ter o dom de esparramar sorrisos, doar alegria aos tristes, saúde aos doentes, e nestes instantes, eu queria ser um pouco Deus.
Não queria distribuir moedas, mas trazer um pouco de fartura a mesa de quem tem fome. Basta olhar um pouco a nossa volta e acabamos por notar que estamos rodeados deste tipo de pessoas “os famintos”, e esses todos ainda tem a maior das fomes, que é a fome de justiça.
Mas a justiça é doce, e enche de cárie o dente de quem consegue um pouco de seu néctar, pois a justiça não parece ser para todos.
É estranho ter que pensar assim, mas nas variantes que nos levam de casa para o trabalho, e do trabalho para casa, e que nos fazem perceber que muitos não têm nem trabalho, muito menos casa.
E estes estão esparramados por todos os lados, é uma epidemia urbana, cresce todos os dias, cresce todas as horas... A cada minuto, e quem somos nós para mudar isso? Não somos NADA!
Pois quando podemos, alguns de nós ainda conseguem jogar a chance fora, são aqueles tipos de pessoas que conhecem o ladrão, e não se sentem lesadas ao serem roubadas pelo mesmo. E se vocês não se importarem, cada vez mais existiram políticos mal intencionados a nossa volta. E com eles, toda essa degradação social que presenciamos a cada dia.

Atenciosamente, Marco Ramos

 
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marco_ramos
 
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Enviado por Tópico
Paloma Stella
Publicado: 06/08/2007 19:22  Atualizado: 06/08/2007 19:22
Colaborador
Usuário desde: 23/07/2006
Localidade: Barueri - SP
Mensagens: 3514
 Re: Pobre de ti amigo
Se um dia conseguir o dom de esparramar sorrisos, me dê um pouquinho, porque também quero espalhar.
Com o sorriso estampado, até a doença se torna fraca.

Simplesmente, aqui tratou de um social, que poucos falam.
Muito bem Querido.

Beijinhos