Poemas : 

Decadência

 
Decadência
No tempo que passa e descai,
Decadência
Na teimosia
Insistência
Que teima em teimar!

Não me venham cantar
De pala no olho
Do orgulho de outrora,
Dos amores de Alcácer-Quibir
E dos pinhais fantasmagóricos
Que surgem aqui e ali,
Como gangrena sonolenta.

Se é cantar por cantar,
Cantem a decadência de hoje
Que o efeito é semelhante
Ao passado decadente
Que caiu hoje
Por estas bandas.

Deixem-no escorrer
Para deitar a sua essência putrefacta
Sobre nossos corpos,
Para gáudio de ninguém,
Que toca piano lá em cima,
No sol dançante,
Aguardando a nossa chegada.

Podiam ser amores,
Países,
Cicatrizes de um chão fechado
Por abrir.
É simplesmente redundância
Do nada repetido
Até à exaustão,
Cantado até à podridão,
Para todas as causas,
Intenções
E acções destas terras
D´el Rei Ninguém!

 
Autor
AntonioCarvalho
 
Texto
Data
Leituras
960
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
2 pontos
2
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
Alexis
Publicado: 22/07/2010 18:39  Atualizado: 22/07/2010 19:10
Colaborador
Usuário desde: 29/10/2008
Localidade: guimarães
Mensagens: 7238
 Re: Decadência para antóniocarvalho
pertinente poema crítico de um certo espírito decadente que teima e ainda por cima cheira a podre e a hipocrisia vazia.

gostei,antónio.

beijo