Sonetos : 

ABSTRACTO

 




Escandaliza-me toda a fome, assim as guerras,
A prostituição infantil e o trabalho de menores;
Confesso que não entendo a agrura das terras,
Com que os homens partilham seus rumores.

Porque me sinto sozinho, rodeado de pessoas;
Porque tudo tem de ser tão abstracto – impudente,
Num mundo em decadência, cantando loas
Às bestas do terrorismo, numa vociferação doente.

Aqui, meus amigos, não há céu, acima deste rio,
Aqui reina a sem vergonha de uns quantos gentios,
Que se apoderaram das leis deste reino vil e frio.

Porém quando lhes digo de agnóstico meu parecer,
Ofendem-se, os senhores doutores, têm calafrios
E a enorme tendência em desconversar e ofender.

Jorge Humberto
06/08/07


 
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jorgehumberto
 
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