Luso-Poemas
 
Poemas : 

Loucas chamas em desvario

 
Aperta-se o cerco
Numa desmesura
Sem sentido
No consentimento
Da força desvanecida
Sem alternativa

Incendeia-se
A temporalidade
Pelo apagão da vida
Numa existência
Desconexa e perplexa
Intemporal

Chora-se o passado
Num ápice
Enquanto se empolga
O desvario intrépido
Do fogo avassalador
Sem permissão

Colmatam-se
Providências
De um caminho rude
Pois as previdências
Ficaram suspensas
Sem aplicação

Fica o trauma
A desigualdade
Do destempero
A tristeza
A perdida beleza
Na depauperada natureza

António MR Martins

2010.08.08

António MR Martins
Tem 12 livros editados. O último título "Juízos na noite", colecção Entre Versos, coordenada por Maria Antonieta Oliveira, In-Finita, 2019.
Membro do GPA-Grupo Poético de Aveiro
Sócio n.º 1227 da APE - Associação Portugues...

 
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Enviado por Tópico
mim
Publicado: 08/08/2010 12:21  Atualizado: 08/08/2010 12:21
Colaborador
Usuário desde: 14/08/2008
Localidade:
Mensagens: 2857
 Re: Loucas chamas em desvario
Belíssimo poema primo!!!

Um beijinho daqui e um bom fim-de-semana

Enviado por Tópico
ângelaLugo
Publicado: 08/08/2010 12:43  Atualizado: 08/08/2010 12:43
Colaborador
Usuário desde: 04/09/2006
Localidade: São Paulo - Brasil
Mensagens: 14852
 Re: Loucas chamas em desvario p/ AntónioM.R.Martins
Olá caro poeta

Uma linda poesia e este
final está belíssimo...

"Fica o trauma
A desigualdade
Do destempero
A tristeza
A perdida beleza
Na depauperada natureza"

Beijinhos no coração

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 08/08/2010 13:19  Atualizado: 08/08/2010 13:19
 Re: Loucas chamas em desvario
Uma visão poética de um flagelo que está na ordem do dia e que, não só fere corpos e materiais, mas sobretudo magoa as almas, como o poeta, muito bem, assinala.

O meu aplauso para o poema/interversão.

Abraço

Enviado por Tópico
aurelia.coutinho
Publicado: 08/08/2010 13:58  Atualizado: 08/08/2010 13:58
Muito Participativo
Usuário desde: 14/07/2010
Localidade:
Mensagens: 69
 Re: Loucas chamas em desvario
Um flagelo cíclico a que ninguém fica indiferente e muito bem poetisado.

Beijos
LIa

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