Ao Mário Osorio
irmão - também fumo do meu cigarro
há anos pratico autodestruição
vim do barro vou tornar ao barro
muito bem guardado dentro do caixão
caso eu apareça não te assustes não
fantasma bom não deve ter pigarro
nem mesmo tosse seguida de escarro
que sempre causa certa má impressão
mas talvez dos dois me sobre um pulmão
prova de que na vida ainda me amarro
dá-me um cigarro isqueiro tenho à mão
fumo e vou em frente a viver de sarro
pouco se me dá se estou na contramão
pobre sigo a pé por faltar-me o carro
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júlio
Júlio Saraiva