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AQUELA NOITE

 
Tags:  realismo  
 
AQUELA NOITE

Ela vem ai eu sei
Não são os olhos do corpo que mo dizem
Mas aos da mente não passa indiferente
Ela vem ai, a noite
Sinistra impiedosa impante
Investida de poderes régios
Passo sereno, compassado
Mas cônscio determinado
Traz contrastante um camafeu na lapela
É verde esmeralda
Em contra-ponto com a túnica
Da cor da negritude
Por detrás do seu busto, deveras ténue
Um luzeiro se vislumbra
Como a forçar para a penumbra
Dantesca figura
Da noite que se adivinha.
Não, não é a noite de todos os dias
Não vem engalanada
Com constelações
Nem sete strelo nem Orion
Não deixa entrever a via láctea
E não trás lua que dê luar
De rotunda escuridão feita mar
É noite que não tem retorno
Que não reconsidera
Portadora de felina alma
Implacável fera
É a noite que se avizinha.


Antonius

 
Autor
luciusantonius
 
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Enviado por Tópico
Ledalge
Publicado: 13/09/2010 22:42  Atualizado: 13/09/2010 22:42
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Mensagens: 6868
 Re: AQUELA NOITE
Olá Lúcius,

O poema em si me trouxe emoções fortes, como a névoa da morte, essa noite implacável. Uma escrita refinada o senhor tem. Parabéns!

Enviado por Tópico
eduardas
Publicado: 13/09/2010 23:03  Atualizado: 13/09/2010 23:03
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Mensagens: 3731
 Re: AQUELA NOITE p/Antonius
Adivinha-se sempre a noite como um tumulto de emoções, onde os pensamentos afluem em tempestade.é implacável no seu silêncio no seu vazio consciente onde tudo pode acontecer.

bj
Eduarda